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Sem apoio, grupo de auxílio à adoção deve encerrar atividades em Brusque

Pretendentes aguardam há quase dois anos para entrar na fila de adoção

Os trabalhos realizados pelo Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de Brusque (Geaab) estão com um fim próximo. Sem apoio para formação de uma nova diretoria, a entidade aguarda a chegada de uma última possibilidade que impeça o desligamento do grupo até o fim de março.

De acordo com a presidente em exercício do Geaab, Ana Paula Garcia Scheffer, a pandemia e a dificuldade de atuação dentro do Poder Judiciário têm atrapalhado na promoção da adoção no município. Tratam-se de questões que, segundo ela, desanimam os membros.

“O grupo está para finalizar os trabalhos porque não tem pessoas disponíveis que queiram formar uma chapa para assumir a direção do Geaab”, afirma. Além disso, a questão financeira também prejudica a entidade.

O Geaab contava com o suporte de uma equipe multidisciplinar, formada pela presidente da entidade, atuando no auxílio aos pretendentes, e duas psicólogas para o período de pré e pós-adoção.

Passo a passo do processo

O processo de adoção geralmente demora anos para chegar ao fim. Antes de entrar na fila, os pretendentes precisam passar por três avaliações, uma com assistente social, outra com psicóloga e, por fim, por um curso de preparação.

Se aprovados, eles recebem habilitação para entrar na fila de adoção, com tempo incerto para de fato conseguirem adotar a criança ou adolescente, dependendo de questões como perfil, idade e quantidade.

Entretanto, o principal problema que acarreta na demora para entrada na fila ultimamente é o período de tempo para realizar a avaliação com a psicóloga. Atualmente, há casais que estão no aguardo da habilitação para entrar na fila há quase dois anos.

“Os pretendentes vêm até nós e esclarecemos como funciona o processo. Tínhamos até um suporte psicológico para prepará-los. Com a pandemia, eles acabaram entrando com o processo de adoção e agora estão há um ano e sete meses esperando a habilitação ficar pronta”, diz Ana Paula.

Em condições normais, o processo para habilitação dura aproximadamente nove meses. Para os pretendentes que ainda não entraram na fila e estão aguardando há mais de um ano, o que falta é justamente a avaliação psicológica.

“Isso enfraquece as forças do grupo, que quer atuar mais diretamente, e o pessoal desanima, as vezes nem continua com o processo de adoção”, complementa a presidente do Geaab.

Antes e depois da pandemia

Ana Paula avalia que o número de pessoas interessadas em adotar crianças ou adolescentes aumentou em Brusque após o início da pandemia. Atualmente, são 75 casais na fila de adoção, e cerca de 20 aguardando entrada.

Antes da pandemia, os pretendentes ficavam por cerca de um ano e dois meses aguardando para entrar na fila, prazo que já era superior ao previsto. Agora, há registros de casais que estão há um ano e sete meses esperando.

Na espera

O casal Graciano Kreusch e Daniel Baron Gonçalves é um dos que tem desejo de adotar uma criança, mas está com dificuldades para entrar na fila.

O primeiro contato com o Fórum da Comarca de Brusque aconteceu em junho de 2020. O objetivo era saber quais documentos seriam necessários para iniciar o processo de adoção do primeiro filho.

Eles receberam tudo o que era necessário para apresentar e, em menos de uma semana, já tinham os documentos separados para enviar via e-mail. Assim, o juiz concedeu a certidão de que estavam aptos para iniciar os trâmites da adoção e o casal recebeu uma chave para acompanhar o processo.

Tanto o atendimento com a assistente social e a capacitação já foram realizados pelo casal. “O que está complicando a nossa ida para a fila é a questão de não ter psicólogo para atendimento da demanda de casais que estão esperando para se tornar apto”, diz Graciano.

Ele comenta ainda que não há expectativa de quando ele e o esposo entrarão para a fila de adoção, até porque há relatos de casais que aguardam há mais tempo que eles.

Fim próximo

A presidente do Geaab afirma que o grupo procurou ajuda do poder público, mas não foi correspondido. Antes, reuniões mensais entre os membros da entidade eram realizadas, sempre na segunda quinta-feira do mês.

“Para nós, está decidido encerrar os trabalhos do grupo, a não ser que apareçam pessoas disponíveis que desejam fazer parte da diretoria para que possam entrar e tomar posse. Se isso acontecer até o fim de março, pretendemos continuar. Caso contrário, teremos que fazer o desligamento”, afirma.

Quem desejar ser membro do grupo para incentivar a continuidade do Geaab, é possível entrar em contato com Ana Paula pelo telefone/WhatsApp (47) 9 8422 1743.


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