Sem creches, empresas e trabalhadores de Brusque têm que se adaptar para reduzir impactos na economia
Suspensão das aulas presenciais devido à Covid-19 gerou transtornos
Suspensão das aulas presenciais devido à Covid-19 gerou transtornos
Em dezembro, Brusque completa dez meses sem os Centros de Educação Infantil (CEI) funcionando, devido à pandemia da Covid-19. Este longo período sem as creches têm impactos não apenas nas próprias crianças, que tiveram uma grande mudança de rotina, mas principalmente nos pais, que precisaram encontrar alternativas para deixar os filhos em segurança para poder trabalhar.
A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e também do Sindicato Patronal do Vestuário de Brusque e Região (Sindivest), Rita Cássia Conti, destaca que a proibição das aulas presenciais gerou um transtorno para empresas de todos os segmentos.
“No decorrer do aumento da produtividade das empresas, quando começaram a liberar as atividades, sentimos muitos transtornos relacionados à não liberação das aulas presenciais, com uma insegurança muito grande por parte dos pais, não só pela falta das creches, mas das escolas em geral”, diz.
Ao longo dos meses, muitos pais se viram sem saber o que fazer, já que precisam trabalhar, mas não tem com quem deixar os filhos. O Conselho Tutelar, inclusive, informou que até o momento atendeu a 32 denúncias envolvendo abandono de incapaz, principalmente pelas escolas estarem fechadas e os responsáveis terem que sair para trabalhar, deixando as crianças sozinhas.
Rita afirma que, neste momento de mudanças, as empresas e os trabalhadores tiveram que se adaptar.
“Tivemos a possibilidade da suspensão do contrato de trabalho sem perda salarial, adequação de horários, redução de jornada. Muitos têm deixado os filhos com avós ou familiares próximos, mas aí surge essa preocupação porque também tem um risco. Estamos trabalhando muito em cima da conscientização”.
A presidente da Acibr destaca que é uma situação completamente nova e por isso é preciso bom senso de todos os envolvidos. Ela diz ainda que a entidade apoia o retorno das aulas presenciais, mesmo que o ano letivo já esteja no fim.
“A Acibr apoia a abertura com consciência, mantendo o diálogo e os protocolos. As escolas particulares, principalmente, fizeram investimentos altos em relação a isso e estão preparadas para receber os estudantes”, diz.
A secretária de Educação de Brusque, Eliani Busnardo Buemo, reconhece as dificuldades geradas pela falta, principalmente, das creches no município. Ela destaca que no Brasil a educação infantil é diferente da realidade de outros países, em que o número de crianças que nascem é menor. “Para nós, a educação infantil é um lugar de cuidado”.
Eliani afirma que as creches são parte fundamental para a economia da cidade, pois possibilitam que os pais consigam trabalhar com tranquilidade, entretanto, é preciso muito planejamento antes de um retorno, principalmente devido às complexidades da educação infantil.
“Sabemos o quanto a mulher subsidia a família. O quanto ela é uma parte importante. Tem toda essa questão social, por isso, a discussão se faz mais complexa. Por mais que esteja com tudo preparado e se preparando, não é só uma questão de estrutura para retornar. Tem muitas outras coisas envolvidas, precisamos garantir a segurança em primeiro lugar”.