Sem pagamento: imóveis dos ex-trabalhadores da Schlösser não têm propostas rentáveis
Venda dos imóveis está sob responsabilidade de sociedade criada pelo Sintrafite e Sindmestre
Venda dos imóveis está sob responsabilidade de sociedade criada pelo Sintrafite e Sindmestre
Os imóveis da Companhia Industrial Schlösser continuam em poder dos ex-trabalhadores da empresa. Há anos os sindicatos que representam a classe tentam vender os imóveis, mas sem sucesso.
Os sindicatos dos Trabalhadores Têxteis (Sintrafite) e dos Mestres e Contramestres (Sindmestre) já receberam diversas propostas, todas rejeitadas em assembleias por não serem consideradas adequadas.
O presidente do Sindmestre, Valdírio Vanolli, diz que a única proposta que recebeu nos últimos meses foi de uma imobiliária que ofereceu R$ 4 milhões para o imóvel avaliado em R$ 8 milhões. De acordo com Vanolli, a justificativa pelo valor mais baixo é por questões técnicas referentes ao terreno.
Ele pede para que os trabalhadores, no entanto, fiquem tranquilos. “Tudo o que tinha para fazer, os dois sindicatos já fizeram. Infelizmente até o momento não apareceu nada”, diz.
A Companhia Industrial Schlösser entrou em recuperação judicial em 2011. No plano de recuperação judicial, o patrimônio foi dividido desta forma: entre os credores, para as instituições financeiras e empresas, o pagamento ocorreu pela venda do imóve-sede. Para os trabalhadores, o pagamento vem da venda de imóveis secundários.
A odisseia iniciou em novembro de 2014, quando foi marcado o primeiro leilão de imóveis da companhia, que foi adiado para fevereiro de 2015.
Sem lances, a responsabilidade da venda passou aos sindicatos que representam os ex-trabalhadores. Foram realizados dois leilões, um em abril e outro em setembro de 2015, ambos infrutíferos.
Desde então os imóveis continuam em posse dos ex-trabalhadores para que o dinheiro levantado na venda seja revertido como verba rescisória aos funcionários da antiga fábrica. São mais de 600 pessoas que esperam receber.
São dois bens: o imóvel na avenida Getúlio Vargas, em frente à antiga portaria da fábrica, avaliado em R$ 8 milhões. O outro é o terreno da Associação Atlética da Schlösser, na rua Gustavo Halfpap, com o valor estimado em R$ 7 milhões.
Os imóveis são de posse de uma sociedade criada pelo Sintrafite e pelo Sindmestre. Eles só podem agir mediante assembleias deliberativas em que a maioria vence.