Sem recursos de festas, igrejas de Brusque precisaram se adaptar durante a pandemia
Revisão de contratos e redução da carga horária dos funcionários foram algumas das medidas tomadas no ano passado
Revisão de contratos e redução da carga horária dos funcionários foram algumas das medidas tomadas no ano passado
Em quase um ano de pandemia da Covid-19, muitas festas e promoções realizadas tradicionalmente pelas igrejas deixaram de acontecer para evitar a proliferação do vírus.
Com isso, além de se adaptarem na forma de realizar missas e cultos, as igrejas tiveram que manter as atividades do dia a dia com menos recursos, já que anualmente, os valores arrecadados nas festas e outros eventos era revertido para o pagamento das despesas e investimentos.
O pároco da igreja matriz São Luís Gonzaga, padre Diomar Romaniv, explica que no ano passado, logo no início da pandemia, a primeira coisa que foi feita foi a revisão geral de todo o orçamento da igreja. “Sentamos e analisamos todas as entradas e saídas”.
O padre destaca que todos os contratos foram avaliados. “Vimos o que era necessário manter e outros que poderíamos rescindir e negociar, e isso nos deu um pouco de segurança. Cortamos alguns custos e conseguimos nos manter”.
Mesmo com a queda no orçamento, o padre afirma que todos os funcionários foram mantidos, sem redução de carga horária.
“Festas, eventos, aluguel do auditório nos ajudavam nos investimentos de melhorias da igreja, como por exemplo o projeto de revitalização do salão. Tínhamos uma reserva da festa de 2019 e tentamos administrar bem para conseguir viver neste período”.
O pastor Cláudio Schaefer, da igreja luterana, afirma que também foi preciso se adaptar.
De acordo com ele, o impacto maior foi nas paróquias dos bairros, que utilizam mais os recursos dos eventos para manutenção. “Para a igreja luterana do Centro vejo que o impacto não foi tão grande, mas pras comunidades de bairro e outras paróquias, essas atividades promocionais ajudavam a reforçar o orçamento para dar conta durante o ano”.
O pastor destaca que, na comunidade do Centro, foram aproveitadas as mudanças na legislação trabalhista durante o período de pandemia para manter todos os funcionários. “Aproveitamos o que a lei nos proporcionou, ninguém deixou de ganhar seus honorários, apesar das dificuldades, conseguimos sobreviver”.
O reitor e pároco do Santuário de Azambuja, padre José Henrique Gazaniga, destaca que a paróquia precisou inovar para arrecadar recursos durante a pandemia. As tradicionais festas realizadas em maio e agosto foram substituídas pela venda de cachorro-quente, cuca e também rifa.
De acordo com o padre, o resultado foi semelhante ao dos anos anteriores. “Em agosto também tivemos a doação dos festeiros que compensou a falta da festa”.
As três paróquias também contaram com a ajuda dos fiéis durante a pandemia. O pagamento do dízimo continuou normalmente, o que também contribuiu para a manutenção das igrejas.
“Os membros das nossas comunidades não deixaram de contribuir com o dízimo, mesmo tendo que improvisar culto pela internet, com toda essa distância, o luterano foi fiel”, destaca o pastor Cláudio.
Padre Diomar também destaca a contribuição dos fiéis durante o ano. “Os fiéis continuaram contribuindo com o dízimo e isso nos deu estabilidade. O povo tem sido muito solidário tanto com o dízimo quanto com as coletas nas celebrações e isso nos dá segurança para manter o que já temos planejado”.
No Santuário de Azambuja o pagamento do dízimo também se manteve. “Continuamos recebendo a mesma oferta de dízimo. O povo de Brusque é muito generoso”, observa o padre Henrique.