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Senhora de 86 anos e jovem mãe de 32 são voluntárias no Instituto Catarinense Anjos do Peito

Waltéria de Oliveira Fernandes e Danieli Pedretti Ampese Barz têm em comum a vontade de ajudar o próximo

Waltéria de Oliveira Fernandes, a dona Wal, de 86 anos, e Danieli Pedretti Ampese Barz, de 32. O que elas têm em comum? A vontade de ajudar o próximo. As duas são voluntárias no Instituto Catarinense Anjos do Peito e encontraram na solidariedade um alento para a vida.

Na risada, no bom humor e na simpatia de dona Wal há um espírito jovem, capaz de atitudes benevolentes. A solidão e o sentimento de inutilidade – definidos por ela -, trouxeram inquietudes e a despertaram para o voluntariado mesmo perto de completar 90 anos. Carioca, a senhora conhece Brusque há mais de quatro décadas e atualmente mora com a sobrinha, Wani Zen, no bairro Souza Cruz.

Durante toda a vida, dona Wal trabalhou muito. Estar ocupada sempre foi requisito básico para ela. Ainda assim, em Brusque, as atividades da aposentada se restringiam apenas a arrumar a casa e a assistir televisão.”Eu queria trabalhar. Não gosto de ficar sentada como madame. Eu levanto e quero ajudar, minha vida é assim”, afirma.

O desejo de ajudar logo tornou-se realidade. A sobrinha apresentou para a tia, a fundadora do Anjos do Peito, Angelina Lúcia Tarter, e, logo, dona Wal começou a atuar na entidade voluntariamente. Há dois anos, a rotina diária da voluntária na instituição divide-se entre fazer cafezinho e almoço para os colaboradores, atender ao telefone e realizar as demais atividades solicitadas. Orgulhosa, dona Wal conta que nunca faltou ao serviço.

“É uma troca de amor. Nunca briguei com ninguém, o que me pedem eu faço. Sou feliz aqui. Acho que não há idade para fazer o bem. Cada vez mais tenho aprendido a saber viver, viver feliz, dar carinho para as pessoas e dar conselhos”, diz.

Assim como dona Wal, Danieli também buscava dar um novo significado para a sua existência. Ela nasceu em Ponte Serrada, no Oeste catarinense, mas mora em Brusque há 14 anos. Desde o nascimento dos filhos, Beatriz, de 7 anos, e Murilo, de 5, ela escolheu abandonar o trabalho em supermercado e se dedicar à arte de ser mãe. Porém, os filhos cresceram e o desejo de “fazer alguma coisa” tomou conta. Em novembro do ano passado, Danieli, que nunca havia feito voluntariado antes, decidiu procurar o Anjos do Peito.

“Sempre gostei muito de bebês e tenho o desejo de fazer um curso de enfermagem. Achei o local ideal para me doar e fazer isso com amor”, conta.

Desde então, as tardes de quartas-feiras têm sido especiais para a jovem. Suas atividades são diversificadas e em tudo o que faz há uma pitada de carinho. Danieli sente alegria em atender o telefone, em esterilizar os vidros em que são depositados os leites maternos, em participar de palestras com a fundadora do Anjos do Peito e em orientar as mães.

“Estar aqui me motiva a aprender para ajudar no que precisar. Cada vez mais as pessoas têm que se doar pelas outras. Às vezes é preciso só uma palavra, um carinho e um abraço”. Para ela, a felicidade só é completa se for compartilhada. Além disso, Danieli também diz que o sentimento em poder se doar lhe faz acreditar em um mundo melhor.”As pessoas precisam sentir que é de coração, que é de verdade. Isso ficará na memória delas. Se você se doar pelo outro, quando você precisar alguém poderá te ajudar”, diz.

Exemplos para a sociedade

Para a fundadora do Anjos do Peito, Angelina Lúcia Tarter, dona Wal e Danieli são pessoas amorosas, que pensam no bem-estar da humanidade. Ela diz que dona Wal é um exemplo para a sociedade, pois com a idade que tem poderia fazer outras atividades, entretanto, prefere se dedicar a uma instituição.

Angelina também afirma que Danieli, mesmo com a sua família, encontra tempo para ser voluntária e a cada dia aprende mais.  “São pessoas que se dediquem a uma causa sem querer algo em troca. Peço a Deus que tenham mais donas Wals e Danielis por este mundo. Só posso agradecê-las, pois elas dão um oxigênio a mais para continuarmos a lutar e não desistir dessa causa”.

Mães agradecem

Uma das mães assistidas pelo Anjos do Peito é a operadora de caixa Danúzia dos Santos, de 26 anos. Ela considera bonita a atitude de ambas as mulheres. Assim como ela, a maquiadora Jociane da Silva dos Santos, 29, também considera especial o voluntariado de Wal e Danieli.

“Tirar o tempo delas para ajudar os outros não é qualquer um que faz. Sempre me atendem com atenção e carinho e me orientam no que preciso”, afirma Danúzia. “É um ato de amor e demonstra que elas amam o que fazem”, ressalta Jociane.

Anjos do Peito

Instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo orientar mães que estão em fase de amamentação sobre a importância do leito materno e sobre as formas corretas de alimentar o bebê. Além disso, o Anjos do Peito também coleta leite para realizar doações. A entidade atende de segunda a sexta-feira, na rua Azambuja, nº 789.