Será que o governo de Brusque irá se manifestar só com nota oficial perante o TCE e o MP?
Política de comunicação da prefeitura evita responder as perguntas mais básicas sobre as acusações de corrupção
Política de comunicação da prefeitura evita responder as perguntas mais básicas sobre as acusações de corrupção
Crise sem precedentes
Na história recente do município de Brusque, não há precedentes de uma crise ter atingido o governo com tão pouco tempo de mandato. Prestes a completar 100 dias de gestão, Jonas Paegle tem pouco a comemorar. Nenhuma grande ação coordenada está em implantação, não há perspectiva de melhoria nas receitas e, ainda, acusações de corrupção dentro da prefeitura, contra as quais o governo ainda não deu uma resposta decente, se é que o fará.
Sem respostas
O gabinete, no olho do furacão, está atordoado. Sem o menor tato para gestão de crise e de comunicação institucional, a Prefeitura de Brusque tem se limitado a divulgar notas oficiais que não dizem nada com nada. Uma delas chega ao disparate de dizer que a exoneração do procurador-geral se deve “ao objetivo de dar uma dinâmica diferenciada aos trabalhos jurídicos da administração”. Isso, um dia depois de todas as acusações proferidas por Mesquita, é um insulto à inteligência da população.
Ordens do gabinete
Além disso, quando toda a imprensa local solicitou entrevistas para elucidar o caso, a Secretaria de Comunicação informou que o governo “achou melhor” encaminhar mais uma nota. A imprensa, evidentemente, questionou essa decisão, no que o secretário de Comunicação, Marcos Gelain, disse que a Secom apenas segue orientações do gabinete. Na prática, a secretaria deveria ser a formuladora das políticas de comunicação do governo e definir as formas de divulgação, não apenas seguir ordens do gabinete.
Caso dos servidores
Além disso, o município também agiu da mesma forma no caso do reajuste do funcionalismo público, manifestando-se apenas na forma de notas oficiais genéricas, que não discutem, de fato, as questões importantes. Nesta semana, informou, em mais uma nota, que estava alinhavada a negociação com os servidores, fato de pronto desmentido pelo presidente do sindicato, o qual, aliás, já rejeitou a proposta.
Jonas Bolt
O prefeito Jonas Paegle, de igual forma, tem fugido do assunto. Na tarde desta terça-feira, 4, durante a entrega da revitalização do quartel do Corpo de Bombeiros no bairro Águas Claras, ele, como um velocista experimentado, literalmente saiu correndo após o fim da solenidade, para não ser interpelado pelos repórteres sobre a situação envolvendo o procurador, a si, e seu genro, Denísio do Nascimento.
Na falta de contraponto
Se o governo não dá um contraponto à altura em relação às minúcias da denúncia formulada por Mário Mesquita, está, em tese, consentindo com os termos da acusação. Uma coisa é certa: o governo pode até fugir da imprensa e da população sobre o assunto, mas não poderá responder ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público e à Câmara de Vereadores por meio de nota oficial.
História se repete
A história da exoneração do procurador-geral Mário Mesquita não é nova aqui pela região. Em 2012, na Prefeitura de Gaspar, onde atuou como procurador-geral, ele também deixou o governo acusando-o de corrupção. Naquele caso, fez denúncias de irregularidades na prestação de serviços nos cemitérios municipais, fato que acabou gerando uma CPI na Câmara de Vereadores.
Vários governos
Mário Mesquita é um advogado que há bastante tempo flutua no poder. O ex-procurador já atuou no cargo durante o governo do PT, em Gaspar, de Bóca Cunha (PP), em Brusque, e de Jonas Paegle (PSB). É provável, ainda, que continue a orbitar junto ao governo, e retorne à procuradoria na próxima eleição, caso alguém de seu grupo político saia vencedor.
Julgamento adiado
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira, 4, adiar o julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. A sessão começou na manhã desta terça-feira, mas a maioria dos ministros aceitou o pedido feito pelos advogados da ex-presidente Dilma Rousseff, que requereram prazo de mais cinco dias para apresentar defesa.
Novos depoimentos
O prazo de cinco dias começará a contar após o fim dos novos depoimentos que foram autorizados na segunda parte da sessão. Assim, o julgamento deve ser retomado apenas a partir da última semana de abril, tendo em vista o feriado de Páscoa e viagens oficiais do presidente do tribunal, Gilmar Mendes, responsável pela condução dos trabalhos. No início da sessão,o advogado de Dilma, Flávio Caetano, alegou que precisava de mais cinco dias para analisar melhor o caso.
Sem interesse
Nenhuma empresa mostrou interesse em fornecer concreto usinado ao município de Botuverá. Na licitação realizada em 30 de março, na sede da prefeitura, não houve sequer uma proposta apresentada, e o pregão foi considerado deserto. Agora, uma nova data terá que ser agendada para compra do produto.