Séries: boas e más notícias…
Quem se alimentou de cinema e televisão por toda a vida sabe o que é “good cop, bad cop“. A dupla formada por um policial “bonzinho”, que se faz de amigo do suspeito… e do “tira durão”, que ameaça e faz o delinquente confiar no bonzinho, entregando seus crimes. É assim que a gente pode enxergar as notícias boas e ruins, nesta época em que são divulgados os cortes e sinais verdes da TV norte-americana – e também dos nossos queridos serviços de streaming. Ficamos em uma sensação permanente de amor e ódio, quando nossos títulos preferidos (ou os que ainda estávamos querendo ver, acompanhar, antes do encerramento ou cancelamento “a seco”). É triste.
Começando pelo pior: a Netflix, sempre mocinha, virou vilã e cancelou, há alguns dias, The Get Down. A super bem produzida, super cara (dizem que cada episódio custava muito mais do que 10 milhões de dólares para ser produzido) e, mais do que tudo, super necessária série que mostra o nascimento do hip-hop, não vai ter uma segunda temporada.
Vamos ter que nos contentar com a primeira, que foi lançada em duas partes e que já está inteiramente disponível na nosso streaming de cada dia.
Aí, quando o mundo ainda estava digerindo a má notícia, vem mais uma: a Netflix também cancelou Sense8, amada pelo público mais “antenado”, mais “formador de opinião”, ou seja, aquele que faz a fama e a reputação de um título. Sense8 foi cancelada logo depois do lançamento de sua segunda temporada, deixando os fãs enlouquecidos, já que a história deixou uma quantidade indecente de pontas soltas. Totalmente centrada na pluralidade, na diversidade, tanto humana quando geográfica, a segunda criação de sucesso das irmãs Wachowski (a primeira, você sabe, foi Matrix) pode ter um encerramento tão frustrante quanto o da trilogia famosa. Protestos e abaixo-assinados pedem que seja produzido, pelo menos, um filme que dê respostas e uma conclusão para o enredo.
Até porque… quando a Netflix cancela… quem poderia salvar a série encerrada? A concorrência? O pior é que o CEO Reed Hastings disse, em uma entrevista para a BBC, que a Netflix deve cancelar mais séries que dão menor retorno. Nada pessoal, só negócios. Pobres de nós, que contamos com ela para resgatar séries amadas do mundo dos shows rejeitados…
Já American Gods, que acabou de estrear, foi renovada pela Amazon para uma segunda temporada. Depois da foto que mostrou Gillian Anderson (a Scully de Arquivo X, para os distraídos) caracterizada como Lucille Ball e como David Bowie, é mais do que merecido.
The Handmaid’s Tale, a série do Hulu que ainda precisamos conversar melhor por aqui, também já garantiu sua segunda temporada. É a vitória do conteúdo!!!
Os spin-offs, aquelas séries derivadas de outras de sucesso, confirmam sua tradição de não ir muito longe: foram canceladas Chicago Justice (mais uma da franquia “Chicago”, de Dick Wolf), Criminal Minds: Beyond Borders e The Blacklist: Redemption, para citar só três. Mas, se uns vão, outros virão. Law and Order vai entrar na onda dos crimes reais com Law and Order True Crime.
Duas queridinhas do público foram renovadas para a última temporada, o que pode ser uma boa notícia, já que pelo menos garante um final bem acabado: New Girl e Scandal. Prepare-se para se despedir delas.
Mas a notícia mais folclórica, nessa dança das cadeiras, foi o “descancelamento” de Timeless pela NBC – que “voltou no tempo e mudou a História”. Ha ha ha.