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Servidores do Judiciário de Brusque mantêm greve após veto de reajuste salarial

Varas do Trabalho continuaram com movimento mesmo durante o recesso do Congresso; outras varas avaliam adesão

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Como já era esperado, Dilma Rousseff vetou o projeto de lei que concedia aumento de até 78,56% ao Judiciário Federal. A presidente argumentou no Diário Oficial da União que a medida causaria gastos de mais de R$ 25 bilhões nos próximos quatro anos e, depois desse período, passaria dos R$ 10 bilhões por exercício, o que “é contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal na gestão de recursos públicos”.

O movimento nacional de greve promete pressionar agora pela derrubada do veto no Congresso Nacional.
Em Brusque, os servidores da Justiça do Trabalho já estão parados desde a última quarta-feira, 15, com o intuito de forçar a presidente a sancionar o projeto, o que não aconteceu. A analista judiciária, Gabriela de Araújo Albuquerque, é uma das grevistas e diz que eles não pretendem retornar ao trabalho. Segundo os servidores, o veto da presidente não deverá esmorecer o movimento.

Apesar do momento difícil que o Brasil enfrenta, com inflação alta e ajustes na economia, a técnica judiciária, Juliany Martins Grams, diz que o reajuste deve acontecer. “Não é um aumento, é uma reposição”, justifica. Segundo ela, o percentual de reajuste não chega a 78% para a maioria das carreiras.

A grevista também afirma que a argumentação de que não existe dinheiro para custear tamanha correção no Judiciário Federal não procede, porque “há dotação orçamentária”. Conforme os servidores paralisados, o movimento deverá acontecer inclusive durante o recesso do Congresso Nacional. Isso porque se os parlamentares quiserem, podem votar o veto durante a parada de meio de ano, mas, para isso, a força dos grevistas em todo o Brasil terá de pressionar os políticos a voltarem de suas bases para Brasília apenas para esta votação.

Os servidores da Justiça do Trabalho de Brusque estão em contato com outros funcionários federais para tentar fortalecer o movimento. Um dos locais que pode parar nos próximos dias é a Justiça Federal. Segunda e terça-feira os servidores cruzaram os braços como forma de pressionar pela sanção, mas voltaram ao trabalho, segundo a diretora substituta da secretaria do órgão, Viviane Bagatini. “Eles voltaram a trabalhar e ainda não se reuniram novamente”, diz.

Na Justiça Eleitoral, nenhum servidor parou até o momento, segundo o chefe de cartório da 5ª zona eleitoral, Carlos José Neiva Peixoto. Ele não soube informar se haverá paralisação. Contudo, na semana passada, o chefe de cartório da 86ª zona eleitoral, Guilherme Benedet, disse que há esta possibilidade.