Sete meses depois de seu último jogo oficial, Fio comenta recuperação avançada no Brusque
Atacante foi peça importante no título da Série D, perdeu espaço com lesões no joelho, mas volta a treinar com elenco
Atacante foi peça importante no título da Série D, perdeu espaço com lesões no joelho, mas volta a treinar com elenco
Fio atuou pela última vez com a camisa do Brusque em 13 de outubro de 2019, na vitória por 3 a 0 sobre o Avaí, na 10ª rodada da Copa Santa Catarina, quando sofreu o edema ósseo que o tirou de uma partida oficial por pelo menos sete meses. Peça fundamental no esquema de Waguinho Dias, o atacante marcou três gols na campanha do título da Série D do Brasileiro de 2019, mas foi forçado a estar longe dos gramados com uma lesão séria. Aos 32 anos, o sergipano de Ilha das Flores finalmente volta a fazer os mesmos treinamentos do resto do elenco e aguarda ansioso pelo retorno.
A vinda de Fio ao Brusque foi ideia de seu então ex-técnico, Waguinho Dias, que trouxe não apenas o atacante, mas também o meia Romarinho, ambos importantes na boa campanha do Catarinense do ano anterior. Eles foram titulares na Série D de 2019, e ao fim do ano o meia seguiu caminho novamente com Waguinho, rumo ao América-RN. Fio teve a mesma proposta, mas com a família adaptada a Brusque e com o grande momento do clube, ficou.
Antes emprestado pelo Tubarão, seu contrato com o clube do Sul do estado terminou e o Brusque acertou novo vínculo até 30 de novembro de 2021. A renovação se deu enquanto o atleta estava fora de combate e a expectativa era de um retorno mais rápido.
Com uma lesão no menisco do joelho esquerdo desde o jogo de volta da segunda fase da Série D, vitória por 2 a 0 sobre o Hercílio Luz, o atacante seguiu firme até a histórica final em Manaus, para depois passar pela cirurgia, três dias depois.”Até então era uma lesão simples. Coisa de no máximo dois meses eu retornar, mas retornei antes. Houve uma pressa, e isso ocasionou uma outra lesão no osso.”
O retorno aos jogos oficiais foi feito de maneira muito precoce. Embora Fio estivesse se sentindo bem, hoje reconhece que deveria ter esperado mais pela recuperação. Disputou mais oito partidas na Copa Santa Catarina até sofrer a lesão mais grave. De qualquer forma, teve a renovação de contrato e é grato ao atendimento que teve no clube.
O edema teve inflamações, que dificultaram a recuperação. Fio fez trabalhos de fisioterapias e medicamentos, e em maio realizou uma análise biocinética em uma clínica de Florianópolis. A iniciativa partiu do médico do Brusque, André Karnikowski, que firmou parceria com colegas de profissão na capital.
O fisioterapeuta Ricardo Schröder explica que trata-se de um exame no qual são avaliados atributos do movimento do atleta nas articulações e nos músculos. “Analisamos a qualidade e quantidade de movimento, assim como a relação de movimento entre as partes do corpo durante testes que se aproximam da funcionalidade exigida no futebol. Pedimos ao Fio para correr, agachar, saltar vertical e horizontalmente.”
Quatro câmeras fazem a captação e alta velocidade das imagens destes movimentos. O resultado é uma imagem tridimensional dos movimentos do atleta, que permite uma análise com precisão elevada.
Em outra etapa, o teste foi sobre a força muscular relevante na prática do futebol. Com um dinamômetro, a equipe da clínica buscou identificar assimetrias, ou seja, desequilíbrios entre os níveis de força dos lados do corpo.
“Ele demonstrou uma excelente recuperação após um trauma grave no joelho. Volta aos treinamentos com exercícios específicos para iniciar a melhora no rendimento”, comenta Karnikowski.
Até o fechamento desta matéria, o laudo não estava pronto, o que impediu Schröder de explicar a situação de Fio nos detalhes que o exame permite. O jogador antecipa que as forças das pernas esquerda e direita estão semelhantes.
“Estamos na reta final da recuperação. Dos 100% de dor que eu sentia, sinto 15%, 20%. O próprio Dr. André [Karnikowski] falou que eu vou acabar voltando com um pouco de dor, que vai demorar pra sumir. Estou bem melhor, treinando junto com o grupo, com os mesmos trabalhos. Falta a questão física, mas estou procurando trabalhar forte com o Marcos [Abella, preparador físico] e com o Gustavo [Chenci, fisioterapeuta do clube].”
Quando nomes como Júnior Pirambu e Thiago Alagoano podem ser os primeiros a vir à cabeça do torcedor, Fio tem consciência da importância que teve naquele título, ressaltada por Waguinho Dias em várias oportunidades. Tinha função tática especial na ponta esquerda, jogando de forma menos aguda que Jefferson Renan na direita e servindo ora como garçom, ora como segunda opção dentro da área.
“Os colegas e o Waguinho sempre batiam nessa tecla, de eu ser um jogador que manteve o nível em todos os jogos. Isto foi uma motivação a mais”, destaca.
Entre seus grandes momentos está o gol que abriu o placar contra o Ituano, no aniversário de Brusque, 4 de agosto de 2019. Uma vitória por dois gols de diferença levava a decisão por vaga na final aos pênaltis. Aos 17 minutos, Aírton cruzou no segundo poste, e o atacante subiu bem para marcar.
Apesar de sua principal função não ser a de marcar gols, Fio balançou as redes em outras duas ocasiões, em jogos importantes. Foram dele o primeiro gol da campanha, na vitória por 2 a 1 sobre o Boavista (RJ) em casa, e o terceiro da goleada por 4 a 0 sobre a Juazeirense (BA), no jogo do acesso.