Setor automotivo busca recuperação após queda nas vendas de veículos em Brusque

Município registrou uma redução de 28% nos emplacamentos nos primeiros cinco meses deste ano

Setor automotivo busca recuperação após queda nas vendas de veículos em Brusque

Município registrou uma redução de 28% nos emplacamentos nos primeiros cinco meses deste ano

Nos cinco primeiros meses de 2020, Brusque registrou uma queda de 28% nos emplacamentos em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Detran. Em 2019 foram 1.212 emplacamentos de janeiro a maio, contra 869 neste ano.

A queda no setor já era esperada, pois as concessionárias e revendas ficaram quase um mês fechadas devido ao decreto do governo do estado que estipulou medidas para a contenção da Covid-19 em Santa Catarina.

A redução nas vendas em Brusque apresenta índices maiores que os do estado, que segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Santa Catarina (Fenabrave-SC), teve uma queda de 25% nos emplacamentos nos cinco primeiros meses do ano.

O diretor comercial da Fiat Treviso, Alexandre Buosi Monteiro, afirma que a concessionária vinha com um volume grande de vendas até o primeiro decreto do governo do estado, em 18 de março.

Na concessionária, a projeção de média mensal para venda de veículos 0km na região de Brusque, que engloba os municípios de Guabiruba, Botuverá, Nova Trento, São João Batista e Tijucas, é de 350 veículos.

“Em março, com a segunda metade do mês fechados, esse número despencou para 220 veículos vendidos na região, e em abril, foram emplacados somente 179 carros na região, então caiu bastante”, diz.

Porém, em maio, os números começaram a melhorar. “Em maio já foram 233 emplacamentos na Treviso, houve então uma pequena melhora”.

Monteiro observa que, apesar da queda nos cinco primeiros meses, Brusque e Santa Catarina vão na contramão dos números nacionais, principalmente pelo fato de que as atividades retornaram muito antes do que em outros estados, muitos, inclusive, continuam fechados.

“Conseguimos fazer a máquina girar. Nossa projeção é uma melhora de 2% a 5% mês a mês. A normalidade vai depender do cenário político e da abertura de São Paulo e Rio de Janeiro. Acredito que a recuperação nos patamares de antes da pandemia deve levar de seis a oito meses”.

O gerente de vendas da Uvel, Jonathan Andrade, afirma que apesar da retração do mercado, a concessionária conseguiu manter bons índices na região de Brusque. “A Uvel dobrou a participação nos emplacamentos. No ano passado tinha 14% e em 2020 fomos para 28%. Apesar do mercado ter retraído, nós conseguimos manter o mesmo número do ano passado, isso é motivo de comemoração”, diz.

De acordo com ele, o prognóstico que se tinha no início da pandemia era de um cenário ainda mais retraído, o que não se confirmou na região. “Não imaginávamos que aqui na nossa região seria tão aquecido. Em maio de 2020 nosso faturamento dobrou em comparação com maio de 2019. O mês de junho agora já começou mais forte do que junho do ano passado. Temos resultados expressivos na região”, afirma.

Queda de seminovos foi menor

Neto Mafra, diretor da Boca Mafra e presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Santa Catarina (Assovesc) afirma que a queda no setor de seminovos foi menor neste período.

De acordo com ele, se levado em consideração somente o mês de maio, houve um crescimento de 154% no segmento, em relação ao mês de abril em Santa Catarina.  “Claro que se comparar com maio do ano passado tivemos uma queda de 19%, mas é uma redução bem menor do que a registrada no 0km, por exemplo”.

Em Brusque, de acordo com ele, o cenário é semelhante. O mês de maio já apresentou um acréscimo considerável nas vendas de seminovos em relação a abril.

Para ele, a retomada será um pouco mais lenta no segmento de veículos 0km, principalmente pela alta do dólar, o custo das fábricas e também devido à falta de peças e componentes que vem de outros países.

Porém, o presidente da Assovesc observa que a tendência para os próximos meses é de melhora no cenário geral.

“Maio surpreendeu porque voltou rápido. A expectativa é que junho aumente mais, principalmente aqui na nossa região, em que não temos casos graves da Covid-19, isso acaba encorajando e o momento está bom para as pessoas comprarem, com boa negociação. Quem quiser comprar um carro agora é um bom negócio”.

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