Show do rei: brusquenses relembram apresentação de Roberto Carlos no pavilhão há 30 anos
Evento reuniu cerca de 4 mil pessoas
Você se lembra de quando Roberto Carlos fez um show em Brusque? Neste ano de 2024 completam-se 30 anos da apresentação do rei no Pavilhão da Fenarreco. O show reuniu cerca de 4 mil pessoas. Quatro brusquenses que compareceram no evento compartilharam com o jornal O Município lembranças daquele dia.
A apresentação foi realizada no dia 18 de maio de 1994. Na época, um show de renome e uma oportunidade única de ver um dos maiores nomes da música brasileira na cidade.
Anúncio do show
Ricardo Luis, de 56 anos, morador do bairro São Pedro, conta que decidiu ir ao show em cima da hora, já no dia da apresentação. Com 26 anos, à época, acredita que foi um dos mais novos no evento. “Sabia que seria uma apresentação única. Em Brusque, talvez não teria outra oportunidade”.
Os ingressos eram comercializados nas lojas Colcci, que promovia o evento em parceria com a Sociedade Bandeirante. Pelo preço de R$ 50, Ricardo adquiriu o seu. “Na época não tinha celular, muito menos internet. A divulgação era feita através das rádios e jornais da cidade”.
Tatiane Torres Theichmann, de 48 anos, também moradora do São Pedro, tinha 19 anos na data do show. Ela foi acompanhada da irmã após ganharem os ingressos do pai. “Quase não acreditei, pois sabíamos que era um show de grande porte. Então quando soube que ele viria, fiquei muito feliz”, conta.
“O ingresso, acho que tinha três tipos de valores: um mais caro, que eram cadeiras mais próximas do palco, outros um pouco mais afastado, mas ainda em frente ao palco, e outro que era na lateral, mais barato”.
Geovani Garcia, de 60 anos, do bairro Primeiro de Maio, na época com 30, lembra que ganhou o ingresso e teve a chance de aproveitar o show de seu ídolo direto de um dos camarotes. Já a moradora do bairro Souza Cruz, Elisia Maria Ramos Mafra, de 58 anos, guarda o ingresso comprado aos 28 até hoje. Ela aproveitou o show junto com suas cunhadas.
“Eu tinha um restaurante na rua Prefeito Germano Schaeffer, então tínhamos muito convívio com o povo. Aí combinei com minhas cunhadas de irmos”. Ela conta que adquiriu o ingresso através da Bandeirante.
Decoração
Da decoração, Ricardo lembra das cadeiras brancas que preenchiam o espaço e uma lotação de quase 90% no andar superior do pavilhão. “A grande maioria dos presentes eram mulheres, muitas com mais de 40 anos”, conta.
“A roupa tinha que ser branca ou azul, as cores que ele gosta. Usei um vestido branco”, disse Tatiane, em tom de brincadeira. Ela conta também que haviam vários Roberto “fakes” na fila, com a roupa igual a do cantor.
Com relação às vestimentas, Geovani conta que viu a maioria com roupas normais, sem muita caracterização. “Naquela época não havia tanto engajamento como hoje, como vemos, por exemplo, na festa de anos 80/90 da Good Times, o pessoal vestido como antigamente“.
Dos presentes no show, lembra de um público bem heterogêneo. “É difícil ter alguém que não goste do Roberto Carlos”. E pontua que a música de qualidade terá seu público em todas as idades.
Assim como Tatiane, Elisia conta que também escolheu a roupa do show com base nos gostos do rei. “Lembro que não fui de marrom porque sabia que ele não gostava”. Vestiu um conjunto azul. E diz que boa parte do público utilizava roupas claras.
Músicas
O rei cantou sucessos como Outra Vez, Amada Amante e Como é Grande o Meu Amor Por Você. Ricardo e Tatiane apontam Detalhes como sua música favorita; Giovane prefere Sentado à Beira do Caminho, e Elisia não consegue escolher somente uma.
“Ele cantou seus grandes sucessos”, diz Ricardo. “Basicamente as que ele canta no especial de fim de ano”, completou Tatiane.
Ela também se recorda de que o cantor estava preocupado com o som. Isso porque quando Roberto Carlos se preparava para apresentar Fera Ferida, o som teve problemas e interrompeu a apresentação por cerca de três minutos, conforme noticiou o jornal.
Homenagem para brusquense
Uma das coisas que mais chamou a atenção de Ricardo foi a homenagem de Roberto Carlos para Edi Silva, brusquense que atuava como uma promotora de artistas na gravadora CBS.
“Roberto Carlos era apenas um garoto que prometia e Edi teve o ‘feeling’ (sentiu) para investir no futuro rei: resolveu dedicar-se exclusivamente a ele como sua primeira relações públicas”, consta na edição da época.
Edi Silva faleceu em 2015. O cantor Erasmo Carlos, um dos grandes nomes da música com quem ela também trabalhou, chegou a fazer uma publicação lamentando sua morte.
Final do show
Ao final do show, Roberto Carlos repetiu o ato de jogar rosas para a plateia. Ricardo se lembra do momento, e Tatiane, conta que não conseguiu pegar nenhuma. Já Elisia diz que uma de suas cunhadas conseguiu o presente do rei, e Geovani diz que saiu do pavilhão da Fenarreco maravilhado.
Ele contou ainda que estava empolgado para ir no show principalmente para matar uma curiosidade: a de saber se era o rei quem realmente cantava as músicas ao vivo. “Sempre havia aquela história de cantores que fingiam que cantavam”, brincou.
Assim como vários outros fãs, Tatiane tentou pegar um autógrafo, mas Roberto Carlos já havia saído do espaço. “Ele sumiu depois do show, ninguém teve acesso, foi muito discreto”, disse.
Para Ricardo, “foi um momento épico”, ele conta que valeu a pena. E Elisia enfatiza que o show foi emocionante.
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