Simplicidade com sabor de mel
Há 66 anos, Doces Bohn adoça a vida dos brusquenses com o famoso bolachão de mel
O empreendedor comprou a receita do bolachão de mel de um senhor que tinha uma fábrica de doces atrás da Escola Feliciano Pires e começou a produzir o doce, além de cocadas, queijadas, bolachas de Natal e outras variedades.
Logo, a simplicidade da bolacha de mel coberta com clara de ovo ganhou o gosto dos brusquenses que passaram a ter o doce como parte integrante do café da manhã ou lanche da tarde.
A receita de sucesso se mantém até hoje e é seguida fielmente pelo filho de Alfonso, Valdir Bohn, 64 anos, que cresceu em meio a produção dos doces pela família. Pode-se dizer, inclusive, que a história de vida de Valdir se confunde com a história do bolachão de mel ou mata-fome, como se dizia antigamente.
“Eu trabalhei a vida toda, desde criança, na produção das bolachas. Com 12 anos já saía fazer as entregas de carroça. Lembro que quando fiz 18 anos, fui fazer a última entrega de carroça de manhã e à tarde compramos um jipe”.
A família, formada por Valdir, a esposa Maria Ana, e os filhos Rodrigo e Luciano, junto com dois funcionários, começa a trabalhar bem cedinho. Às 3h30, inicia a produção da bananada, que também é distribuída para os estabelecimentos da cidade. Depois da entrega da bananada, começa a produção do bolachão.
De acordo com Bohn, em uma hora e meia de trabalho, são produzidos em torno de 60 pacotes do doce. A produção média diária é de 300 pacotes, que são distribuídos nos supermercados da cidade e também para outros municípios, já que a empresa tem revendedor para as cidades do litoral. “Tem algumas pessoas que vêm aqui comprar, a maioria pessoas mais idosas, que já estão acostumadas, mas 90% das vendas são para mercados”.
Sessenta e seis anos depois, a terceira geração da família Bohn já faz parte da empresa e a quarta geração também dá os primeiros passos. A intenção é continuar o legado iniciado por Alfonso e Lucia Bohn, há mais de 60 anos. O registro da empresa, datado de 27 de janeiro de 1952, é exibido com orgulho na parede, como uma verdadeira relíquia.
O mesmo orgulho Valdir sente ao ver que, mesmo depois de tantos anos, as bolachas são apreciadas em toda a cidade. “A gente escuta as pessoas comentando e é uma satisfação conseguir continuar o negócio, passar de geração em geração”.
A produção dos doces esteve presente em boa parte da vida da mãe de Valdir, dona Lúcia, que mesmo com idade avançada, fazia questão de continuar trabalhando. Ela seguiu até alguns meses antes de seu falecimento, em janeiro de 2017. “Era a vida dela. Conquistamos tudo o que temos pelas bolachas, por isso ela tinha tanto amor por esse trabalho e por isso nos dedicamos tanto. Nos orgulhamos do bolachão do Bohn fazer parte de Brusque”.
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