Sindicato dos servidores de Brusque irá questionar laudo de insalubridade em vigor
De forma emergencial, Sinseb está buscando fazer avaliação com recursos próprios
De forma emergencial, Sinseb está buscando fazer avaliação com recursos próprios
O Sindicato dos Servidores Públicosde Brusque (Sinseb) recebeu na sexta-feira, 8, o proprietário da empresa AMT & Climet, especializada em laudos sobre condições ambientais do trabalho, seja de insalubridade e/ou de periculosidade. O assunto da reunião foi as condições de trabalho dos profissionais da saúde.
De acordo com o presidente do Sinseb, Orlando Soares Filho, os servidores não participariam da Campanha de Vacinação que estava marcada para o dia 9 de maio caso não obtivessem resposta – a campanha, porém, foi cancelada.
Após relatos dados pelos profissionais, sindicato encaminhou requerimento solicitando pagamento de insalubridade no grau máximo aos vacinadores o mesmo benefício recebido por servidores que estavam trabalhando nas barreiras sanitárias.
Agentes comunitárias de saúde (ACSs) também estão se mobilizando para solicitarem o benefício. ACSs não recebem insalubridade, e existe uma demanda judicial pedindo uma perícia independente.
O Sinseb se diz preocupado com as reais condições de trabalho dos servidores de Brusque, Guabiruba e Botuverá, já que estão constantemente expostos e com risco de serem contaminados.
De acordo com o sindicato, desde o início da crise, 88 profissionais de enfermagem teriam morrido por conta do coronavírus, e ainda há 16 casos sob análise.
“Aqui em Brusque já temos casos de contaminação em servidores da saúde. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Confen) esses números representam uma das maiores taxas do mundo”, diz a nota.
O Sinseb vai buscar o Executivo e o Legislativo e, se necessário, o Judiciário, para refazer o laudo de 2014 sobre a insalubridade e periculosidade dos servidores de saúde. De forma emergencial, o sindicato está buscando fazer um laudo com recursos próprios, sem esperar os trâmites legais.
Segundo o presidente do Sinseb, Orlando Soes Filho, o sindicato encaminhou um ofício ao secretário de saúde na segunda-feira, 4, e, até o momento, não obteve resposta.
Diretores do Sinseb constataram que que muitos servidores trabalham sem um dos EPIs fundamentais desse momento, o álcool 70%. “O dinheiro público não é da administração e sim de todos os munícipes de Brusque e com a obrigatoriedade do uso dos EPIs é preciso uma constante cobrança para que os direitos sejam exercidos e a conta das eventuais indenizações serão pagas com recursos públicos”.
O secretário de Saúde, Humberto Fornari, afirmou em entrevista ao Jornal O Município que não tem autoridade para fazer o pagamento de forma automática e que as reclamações de má condições de trabalho feitas pelos servidores da saúde não chegaram até ele.