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Sindicato patronal mais antigo de Santa Catarina completa 80 anos

Sete empresários do setor têxtil já passaram pelo comando do Sifitec durante sua trajetória

Responsável por mais de um quarto da atividade econômica de Brusque, a indústria têxtil está intimamente ligada à história do município. No último sábado, 11, o Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharia e Tinturaria de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sifitec) – reconhecido como o sindicato mais antigo de Santa Catarina -, comemorou 80 anos de fundação.

Muito trabalho e conquistas permeiam as oito décadas do Sifitec, que foi criado em 1937 por meio da união de alguns empresários, como Rolf Dieter Bückmann, atualmente com 76 anos, que foi presidente da entidade de 2001 a 2009. Ele foi convidado por Carlos Cid Renaux a assumir a presidência da entidade devido ao seu relacionamento com os setores jurídicos das empresas, com os sindicatos laborais e pelo grande número de funcionários que a fábrica Renaux tinha.

Bückmann diz que, na época, o sindicato dos trabalhadores já era atuante, portanto, tornou-se conveniente instituir um sindicato que atuasse em prol das empresas. “Foi preciso criar um sindicato para defender os interesses, fazer as negociações”.

O ex- presidente afirma que o Sifitec teve e tem grande relevância em Santa Catarina. Ele acredita que a entidade foi inspiração para a criação de outros sindicatos, como o de Blumenau. “Tenho a impressão que o de Blumenau teve início em função do nosso. Também outros segmentos, como o de confecção, foram se agregando ao sindicato”.

Bückmann conta ainda que a relação com os trabalhadores sempre foi pacífica e cordial em todas as gestões. “Claro que existiam pontos de vista diferentes, mas em geral o relacionamento era muito positivo”.

O atual presidente do Sifitec, Marcus Schlösser, destaca que Brusque possui atualmente mais de 600 empresas têxteis, malharias e tinturarias. Segundo ele, o sindicato é muito importante para a economia da região, pois contribui para a formação e desenvolvimento do setor industrial. “A atividade industrial foi preponderante na região e em Santa Catarina. Com o tempo houve uma diversificação da economia, mas foi o sindicato que ajudou a fortalecer todas as demais atividades, inclusive com noções de associativismo. Foi indutor para que outros setores também se organizassem da mesma maneira”.

Schlösser afirma que o setor teve uma forte vinculação com o desenvolvimento de Brusque, inclusive na fundação de hospitais e escolas, já que os gestores da indústria geriam outras entidades e tinham um espírito comunitário. “Vejo que não podemos falar do sucesso de outros setores sem falar do setor têxtil e da relevância do trabalho desenvolvido pelos primeiros presidentes, que tiveram envolvimento não somente regional, mas nacional”.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, o sindicato patronal têxtil tem um compromisso com o associativismo e com o desenvolvimento do setor. “Reconhecemos, com orgulho, os 80 anos do sindicato, que dá voz às indústrias associadas e tem relevante papel na busca por mais competitividade e integração setorial”.


Presidentes

  • Vitor Konder – 1937 – 1938
  • Otto Renaux – 1938 – 1954
  • Guilherme Renaux – 1954 – 1955
  • Bernardo Stack – 1955 – 1956
  • Guilherme Renaux – 1956 – 1974
  • Carlos Cid Renaux – 1974 – 2001
  • Rolf Dieter Bückmann – 2001 – 2009
  • Marcus Schlösser – 2010 – 2016

Setor

O Sifitec afirma que a cadeia têxtil é responsável por mais de um quarto da atividade econômica de Brusque e ocupa diretamente mais de 37% da mão de obra da região (61% em Guabiruba, 54% em Botuverá, 34,5% em Brusque e 27% em Nova Trento). Somente em Brusque são mais de 600 empresas têxteis, malharias e tinturarias.