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Sindicato protesta em Brusque contra deputados que aprovaram alteração no plano de carreira dos professores estaduais

Caminhão de mídia móvel percorre as ruas do município durante esta quarta-feira, 23

Desde o dia 14 deste mês, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) promove, nas cidades que integram as 30 regionais, uma mobilização em favor da categoria. Em Brusque, um caminhão de mídia móvel com os rostos dos 26 deputados que aprovaram a alteração da Lei do Plano de Carreira do Magistério e a Lei dos ACTs percorrerá nesta quarta-feira, 23, as ruas do município. Também ocorrerá panfletagem em alguns pontos.

O coordenador regional do Sinte-SC em Brusque, Agenor Leal, diz que o objetivo é mostrar para a sociedade “a cara dos deputados que aprovaram um projeto que destruiu a carreira dos professores”. Ele diz que o movimento é visual e se está jogando uma semente, visando escolas, professores e a comunidade em geral. “Jogamos uma semante e ficará estampado as pessoas que nos prejudicaram. O fato de protestar é sempre válido, pode não transformar o mundo, mas pode fazer uma mudança na sua casa”.

Leal afirma que o governo, por meio da alteração do Plano de Carreira do Magistério, retirou uma série de direitos das categorias. Ele lembra que no ano passado, entre abril e maio, a classe fez greve para reinvindicar mudanças, o governo apresentou uma proposta acordada entre ambos, porém, no fim de 2015 apresentou outra, diferentemente do que havia sido definido.

A regência de classe é uma das principais reinvindicações. “Se está jogando a regência para o vencimento, era algo interessante, trabalhava e ganhava 25%,40% a mais. Só que o governo pegou esse valor e jogou no vencimento e como se está com o vencimento muito alto não se recebe o direito do piso nacional”, conta.

Além disso, a classe busca qualidade na educação, segurança para o professor, material didático para o trabalho, aumento salarial anual e formação acadêmica.

Um mês nas ruas

O caminhão móvel começou a percorrer as cidades da regional no dia 14 de março e deve terminar o movimento no dia 28 de abril. A ação iniciou em Criciúma e já passou por Araranguá, Tubarão, Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Jaraguá do Sul, Blumenau, Indaial, Rio do Sul, Ibirama e Gaspar. A proprietária do Ideia Mídia Móvel, Angélica Santana, diz que a comunidade tem aprovado o movimento e que se mostram favoráveis aos professores. “Pela situação em que o país vive, observam que a categoria está dando exemplo e exercendo a cidadania. Chegam a vir até nós pedir panfletos”, conta.

Serafim Venzon (PSDB), único deputado estadual da região, foi um dos que votou favorável ao plano. Ele diz que nenhum professor teve qualquer prejuizo, e que a classe teve inúmeras conquistas na história. “A regência de classe não foi retirada, mas incorporada. Ao invés de dar um aumento, deu-se um benefício, porque se desse um aumento de 25%, existe outra lei e o aumento precisaria ser para todos. O que aparentemente é bom, acaba atrapalhando o governo de fazer alguma coisa”.

Ele ainda diz que o assunto foi conversado durante muito tempo e que o governo não conseguiria os votos que teve se estivesse fazendo “uma sacanagem” contra os professores. “Professores todos nós tivemos e os respeitamos muito”.

O que o Sinte-SC reinvindica

Qualidade na educação
Segurança para o professor
Material didático para o trabalho
Aumento salarial anual
Formação acadêmica

Plano
A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina aprovou em dezembro por 26 votos a favor e 12 contra o PLC 50/2015, que trata do novo plano de carreira do magistério estadual. Pela proposta do governo, o professor efetivo com graduação vai ganhar, no mínimo, 50% a mais que o professor que só tem ensino médio. Já no caso dos temporários, os chamados ACTs, quem tem graduação ganharia 30% a mais que um colega de nível médio. Benefícios como regência de classe e atividade especializada seriam incorporados ao salário.