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Sindicatos patronais pedem aos empresários que mantenham pagamento de contribuição

Representantes das entidades destacam necessidade de manter força do associativismo

Presidentes de sindicatos patronais concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira, 25. O encontro foi uma demonstração de preocupação do setor quanto à possível queda de recursos gerada pelo fim da obrigatoriedade do chamado imposto sindical. Em alguns casos, a contribuição chega à metade do orçamento anual das entidades.

A contribuição, que é calculada conforme o capital social de cada empresa, era obrigatória e passou a ser facultativa após a Reforma Trabalhista. Na prática, representantes veem que a baixa adesão de empresários, com a não obrigatoriedade da contribuição, deve enfraquecer a força do associativismo local.

Outra medida, a médio prazo, é o agrupamento de unidades em sedes regionais e os possíveis fechamentos das representações locais, devido a inviabilidade financeira. Hoje, quatro ações tramitam na Justiça para tentar reverter a decisão de não obrigatoriedade.

Os valores anuais, normalmente pagos pelos sócios até o dia 31 deste mês sem multas, são parte importante dos orçamentos. Os presidentes são unânimes na dificuldade de conseguir novos membros para tentar aumentar as arrecadações e cogitam ações para o período.

No caso do Sindicato Comércio Varejista Brusque (Sindilojas), Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharia e Tinturaria de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sifitec) e Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sindivest) as contribuições sindicais correspondem à metade do orçamento anual. No caso do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon), a parcela é um pouco menor: 40%.

Menor representatividade
Durante cerca de uma hora, o grupo ressaltou a atuação voluntária das diferentes diretorias patronais. Presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd ressaltou a representação das diferentes categorias frente ao poder público, assim como o incentivo ao desenvolvimento local com missões empresariais e técnicas.

Para ele, é necessária a manutenção dos sindicatos do município para garantir a defesa das necessidades do empresariado local. “Não estamos aqui pedindo esmolas, mas que o empresário pode ajudar para manutenção dos sindicatos de Brusque, Botuverá e Guabiruba”.

A presidente do Sindivest, Rita Conti, fala em uma necessidade de sensibilização do empresariado e o papel do associativismo. De acordo com ela, com o setor mobilizado foi possível evitar, no ano passado, aumento tributário para o segmento do vestuário.

A necessidade de maior participação dos empresários locais nos debates ligados aos setores é ressaltada por Rita. Sem unidade, a presidente fala em retrocesso na defesa dos interesses regionais.

Sobrevivência sindical
Para o presidente do Sinduscon, Fernando José de Oliveira, o cenário é visto com preocupação. Sem a obrigatoriedade, teme que o volume de arrecadação caia, mesmo com a entidade precisando manter os serviços em funcionamento e a atuação normal.

Segundo ele, ainda há desconhecimento quanto às mudanças legais vinculadas à contribuição sindical e o período é de debate. No sindicato, as guias anuais foram repassadas para todos os sócios e é orientado o pagamento, conforme vinha ocorrendo em anos anteriores.

A intenção do presidente é ganhar tempo para continuar as adaptações do órgão. As mudanças, segundo ele, são essenciais para a sobrevivência da entidade. O processo iniciou ainda no ano passado. “Vamos ter que ver como vai ficar, se realmente for extinta essa taxa, precisaremos reinventar os sindicatos”.

Assim como ele, o representante do Sifitec, Marcus Schlösser, alerta para a necessidade de mais debates para evitar um prejuízo na atuação sindical. Ele diz que o reagrupamento de sindicatos em órgãos regionais ou estaduais não são interessantes para as diferentes cadeias produtivas de Brusque e região.