Não é de hoje que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) se manifesta contrário às Reformas Trabalhista e Previdenciária. Desde que o Governo Federal anunciou este pacote de maldades, no final de 2016, os dirigentes sindicais da entidade têm participado de palestras, seminários e congressos sobre o tema. Nos eventos, apenas uma verdade: todos os trabalhadores e aposentados, sem exceção, vão perder caso as propostas sejam aprovadas pelos.

No documento que trata da Reforma Previdenciária está assegurado que o trabalhador só receberá o valor integral da aposentadoria que tem direito após sua contribuição por 49 anos.

Pelas regras propostas, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e, pelo menos, 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Neste caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria. A cada ano que contribuir a mais terá direito a um ponto percentual. Desta forma, para receber a aposentadoria integral, o trabalhador precisará contribuir por 49 anos, a soma dos 25 anos obrigatórios e 24 anos a mais.

As pensões também serão modificadas. O valor pago ao viúvo ou viúva será o correspondente a 50% da aposentadoria, acrescido de mais 10% por filhos com menos de 18 anos. Já a idade mínima para se aposentar passa a ser de 65 anos para homens e mulheres, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos.

“O que está sendo dito para o trabalhador é que não haverá perdas e isso é uma mentira. Por Reforma a gente entende como algo que vem para melhorar. No entanto, o que se pretende em âmbito nacional, é o desmonte, a fragmentação e a distorção da Previdência dos moldes que existe hoje. Todos as pessoas serão afetadas, inclusive as que já se aposentaram. Os benefícios serão achatados e o trabalhador vai demorar muito mais para se aposentar. Será que alguma costureira conseguirá trabalhar até os 65 anos? Ou melhor: será que alguma empresa vai contratar uma costureira com 64 anos? É claro que não! O empresário também sabe disso”, explica o presidente em exercício do Sintrivest, José Gilson Cardoso.

Reforma Trabalhista

Sobre a Reforma Trabalhista duas questões são mais graves. A primeira é a terceirização, que não melhora a vida dos trabalhadores e nem oportuniza boas condições de trabalho. Ao contrário. A situação fica mais precária e o salário, menor. O segundo ponto é que as questões negociadas passam a ter mais valor do que as questões legisladas. Ou seja, a Convenção Coletiva, firmada entre os Sindicatos Patronais e Laborais, passa a ter mais valor do que o texto previsto em lei e na própria Constituição Federal.

“É um momento de reflexão. Estamos convidando os trabalhadores intensivamente para participar conosco deste momento. A gente percebe certa desinformação, muito por conta da grande mídia que não trabalha a nosso favor e diz que as Reformas vêm para ampliar direitos e gerar empregos. Isso não é verdade. Nós sabemos disso e o movimento sindical vem dizendo faz bastante tempo que as Reformas destroem a CLT e precarizam os empregos. Vão, inclusive, tirar a oportunidade que temos de buscar uma vida melhor”, afirma Gilson.