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Situação de andarilhos em frente ao terminal urbano de Brusque gera debate na Câmara de Brusque

Comerciantes que são ameaçados e prejudicados compareceram à sessão

A situação dos moradores de rua em Brusque voltou ao centro do debate na Câmara de Brusque. Nesta terça-feira, 6, o vereador Paulo Sestrem (PATRI) chamou a atenção para a questão e apresentou um vídeo com diversos depoimentos de comerciantes que se sentem incomodados com a situação, o que levou a um debate sobre o tema.

Um dos comerciantes é Mauri José Ritter, dono da Sapataria Central. “Está ficando insuportável. Quero deixar claro que não sou contra quem está ali, mas o problema é que está atrapalhando o nosso comércio”, disse.

Ritter afirmou que alguns moradores até vão para o Centro POP para dormir, mas voltam. Eles abordam os comerciantes e seus clientes.

“A insegurança que vocês viram pelos áudios. Quero deixar claro que isso que mostramos não são contra os moradores, são as práticas que estão atrapalhando os comerciantes no dia a dia”, afirmou na tribuna.

Segundo o vereador, o problema não se resolve nem com as abordagens da Assistência Social. Sestrem disse que as ações sociais de igrejas e instituições fazem trabalho de excelência, mas o problema está “fugindo do controle”.

O vereador disse que a intenção é que as pessoas sejam recuperadas, mas políticas públicas não conseguem solucionar o problema. Ele defendeu que seja pensada uma nova alternativa para atacar o problema.

O vereador Jean Pirola também se pronunciou. Ele afirmou que desde 2014 tem falado contra as políticas empregadas, pois não apresenta solução para a questão social.

“Continuo a ser a favor do fechamento de albergue, casa de passagem, porque não funciona”, disse. “O prefeito foi obrigado a abrir o Centro POP por determinação judicial, em um formato que ele não funciona”, acrescentou.

Pirola defendeu dar poder para a Polícia Militar apreender bebida alcoólica em praça pública. Ele lamentou que não teve votos o suficiente para a aprovação na época.

O vereador pepista adotou um posicionamento duro contra a antiga Casa de Passagem e do atual albergue. Pirola também defendeu internação compulsória e criticou o posicionamento da Justiça que, por vezes, obriga o município a adotar certas políticas públicas, contudo, não age quando o restante da população é incomodada.

Pirola também disse que o que poderia resolver o problema é uma parceria com instituições religiosas que se prestam esse tipo de assistência.

Ivan Martins (PSD) também abordou o tema. “Para ajudá-los, eles têm que querer. Ninguém vai ser reabilitado se não quiser”. Martins disse que a Assistência Social faz um bom trabalho, mas se trata de um tema insolúvel.

Sebastião Lima (PSDB) afirmou que há cidades que conseguiram resolver o problema e a Câmara deveria se espelhar nelas para trazer ideias para Brusque.

Marcos Deichmann (PATRI) contestou a afirmação de que o projeto para proibir consumo de bebida alcoólica fosse resolver o problema. O vereador lembrou que o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei para autorizar internação sem autorização judicial.

Deichmann afirmou que a lei está em vigor e a prefeitura já pode adotar essas medidas. “Tem que internar involuntariamente. Não é questão de dizer ‘ah coitadinho”, disse o vereador. Ele afirmou que na região do Azambuja também há moradores de rua.

Ele também criticou o gasto com os serviços do albergue e da Centro POP e defendeu as instituições religiosas.