Após denúncias, vereador pede suspensão de contrato do Instituto Vidas com a prefeitura
Entidade possui convênio com o município para administrar o Hospital Municipal Monsenhor José Locks
Uma denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) envolvendo o nome do diretor do Instituto Vidas, Richard Choseki, foi o principal assunto entre os vereadores, durante a sessão de segunda-feira, 26.
O Instituto Vidas possui contrato com a Prefeitura de São João Batista e administra, desde 2017, juntamente com o RedeH, o Hospital Municipal Monsenhor José Locks.
A denúncia apresentada pelo MP-SC é em relação à “Operação Sutura”, que investiga supostas irregularidades em convênios firmados entre o município de Penha e o Instituto Adonhiran, no período de 2011 a 2016.
O vereador Fábio Norberto Sturmer (PP) levou à tribuna reportagens que saíram na imprensa estadual falando sobre o caso, e avaliou a necessidade da suspensão do contrato com o Instituto Vidas e a abertura de um processo administrativo. “Já que o diretor foi denunciado por fraude, acho que é importante essa suspensão de contrato, e depois disso, o cancelamento do convênio”, diz.
O vereador Heriberto de Souza (Cidadania) ressaltou que os valores repassados ao Instituto Vidas pela prefeitura “são exorbitantes”, e tendo conhecimento da denúncia do MP-SC, é necessário a atenção do poder público.
Já o vereador Leôncio Paulo Cypriani (MDB) afirmou que não há motivos de preocupação, pois a denúncia do Ministério Público não significa uma condenação. “Quando o Ministério Público apresenta uma denúncia, é porque pretende investigar o caso para saber se realmente houve ou não a fraude”.
Defesa esclarece caso
Por meio de uma nota oficial, os advogados Marlon Charles Bertol e Wilson Knoner Campos, que representam Richard Choseki, informam que a defesa teve acesso à denúncia e observou que se trata de acusação que busca apurar irregularidades ocorridas no período de 2011 a 2016.
“Contudo, o senhor Richard Choseki já havia rompido seu vínculo com o Instituto Adonhiran desde 2011, porém teve seu nome incluído na denúncia até 2012, daí porque vê com surpresa e indignação a acusação, de modo que repudia veementemente as alegações, sobretudo, porque não participou de qualquer esquema criminoso e não concorreu para a prática de qualquer ilícito”, diz a nota.
Ainda segundo a defesa, Richard não integra o instituto investigado desde 2011, e não tem sentido nenhum atrelar seu nome aos milhões supostamente desviados do convênio com Penha.
“O senhor Richard reitera ser o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos da denúncia, e sabe que no Brasil a investigação é inquisitiva, no sentido de que o inquérito se presta meramente para confirmação da versão acusatória, ou seja, pouco importa o que os investigados digam”, continua a defesa.
Os advogados afirmam, por fim, que Richard Choseki “tem plena confiança nas autoridades e no poder Judiciário e está convencido de que o aprofundamento das apurações provará sua inocência, principalmente porque agora poderá apresentar peça de defesa e provas (o que não cabia no inquérito) para que seja demonstrada a total correção de seus atos”.