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Batistense cria aplicativo para população relatar problemas à prefeitura

Jean Carlos Farias desenvolveu projeto que foi apresentado como trabalho de conclusão de curso

Com o objetivo de aproximar mais a população do poder público, o batistense Jean Carlos Farias, 35 anos, que trabalha como desenvolvedor, criou o aplicativo Cidadão Alerta. O projeto foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do acadêmico de Ciências da Computação, da Univali, que teve orientação do professor Marcelo Magnani.

O trabalho foi realizado durante um ano, sendo que no primeiro semestre Farias realizou todo o estudo e análise, para em seguida partir para o desenvolvimento e pesquisas.

O aplicativo mobile possibilita que o cidadão relate os problemas de infraestrutura urbana para a prefeitura, e solicite um posicionamento. Em contrapartida, a prefeitura também pode se pronunciar sobre a determinada situação no próprio aplicativo.

Portador da síndrome de Asperger – autismo de alto funcionamento, Farias relata que não é tão bom nas interações sociais, mas compensa esse déficit na área profissional por meio da computação.

Por ser um autismo difícil de ser detectado, ele conta que descobriu o transtorno somente aos 30 anos. “Busco dar o meu melhor nas coisas que gosto e me sinto bem, pois em determinadas áreas enfrento algumas dificuldades”, comenta.

A ideia de criar a ferramenta surgiu há alguns anos, quando uma cratera se formou na rodovia SC-410, no bairro Rio do Braço, e por algum tempo ficou sem solução por parte do governo estadual. “Tive então a ideia de desenvolver esse aplicativo para trazer uma certa pressão pública ao governo para que estes problemas não ficassem esquecidos”.

Durante as pesquisas realizadas pelo acadêmico, foram analisadas oito soluções similares, que serviram de base para o projeto, como o Colab, Ctzen, Pelas Ruas, FixMyStreet, SeeClickFix, ReportCity, Vigilante e Participa ACTBRasil.

Funcionalidade
O processo para fazer as reclamações por meio do aplicativo Cidadão Alerta é bem simples. Após clicar para fazer uma denúncia, é possível tirar uma foto da situação problemática, direcionar a localização com referência geográfica por meio do GPS e relatar o problema em uma breve descrição.

Feita a denúncia, é criada automaticamente a postagem, por meio da qual a prefeitura poderá dar um retorno sobre o problema. Outras pessoas podem curtir e comentar a denúncia e gerar interação entre os usuários.

Além destas características, o Cidadão Alerta tem outras funcionalidades. “Quando o usuário chega a 50 metros do local e o relato tem mais de cinco marcações, o aplicativo pergunta ao relator se o problema foi resolvido ou não”, destaca Farias.

O aplicativo também permite a visualização das reclamações pelo Google Maps ou timeline, facilitando o gerenciamento das solicitações.

Já o poder público recebe o acesso a um painel administrativo, que é disponível na versão web. A ferramenta sintetiza os problemas relatados, e na página é possível visualizar os relatos dos usuários por meio de listas ou mapas, inclusive com ferramenta de mapa de calor, que destaca os pontos que tiveram maior número de reporte de problemas.

O acadêmico ressalta que também foi desenvolvida uma API (Interface de Programação de Aplicativos) para fornecimento dos relatos reportados, afim de viabilizar integrações com ferramentas de terceiros, ou seja, com algum sistema já existente.

Cadastramento gratuito
Inicialmente, o aplicativo está disponível apenas para Android. Segundo Farias, devido ao iOs ter um custo alto em comparação da licença para publicação na Apple Store, ainda não foi disponibilizado nesta plataforma. Entretanto, ele foi desenvolvido para ambos.

O acadêmico aguarda agora pela publicação da nota da apresentação do TCC. Mas afirma que, independente disso, pretende manter o projeto em funcionamento e oferecer para as prefeituras poderem se cadastrar, de forma gratuita, para utilizar a ferramenta.

“O projeto é OpenSource, ou seja, seu código fonte é aberto e pode ser visualizado no Github, que é uma plataforma de hospedagem. Sendo assim, qualquer pessoa ou cidade pode ajudar a melhorar o projeto ou fazer um específico para a cidade”, detalha.