Sob aplausos irônicos de moradores, Câmara de Brusque aprova cessão de terreno para empresa no Limeira
Projeto foi aprovado por oito votos a seis
A Câmara de Vereadores de Brusque aprovou por oito votos a seis nesta terça-feira, 17, o projeto que autoriza a prefeitura a doar terra destinada à Área Industrial do bairro Limeira para a empresa Arga Processadora de Resíduos Ltda., destinada a construção de uma usina de aproveitamento de resíduos orgânicos sustentáveis e ecológicos, e produção de biogás.
Vários moradores, contrários à instalação da empresa, estiveram presentes na casa e aplaudiram ironicamente após a aprovação do projeto. Alguns inclusive aguardaram os vereadores na porta de entrada da casa para protestar.
A doação será realizada nos termos e condições especificadas na na lei do Plano Municipal de Incentivos às Empresas.
O projeto da empresa de resíduos é baseado em um modelo alemão que processa resíduos orgânicos – desde frutas até fezes de animais – e os processa em grandes reservatórios lacrados. Este processo gera biogás e fertilizantes que serão comercializados.
Os votos favoráveis foram de André Batisti, o Deco (PL), André Rezini (Republicanos), Deivis da Silva (MDB), Ivan Martins (DEM), Jean Pirola (PP), Natal Lira (DC), Nik Imhof (MDB) e Rick Zanata (Patriota),
Votaram contra os vereadores André Vechi (DC), Beto Piconha (Podemos), Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos), Jean Dalmolin (Republicanos), Marlina Oliveira (PT) e Rogério dos Santos (DEM). O presidente da casa, Alessandro Simas (DEM), não votou.
Justificativas
O vereador Jean Dalmolin (Republicanos) justificou seu voto contrário destacando que, apesar do trabalho previsto no local é sensacional, a comunidade do Limeira está preocupada com o mau cheiro e o peso dos tanques naquele terreno.
André Vechi (DC) destacou que houve uma intervenção no terreno antes da aprovação e afirmou que o empresário mentiu para os vereadores, dizendo que já tinha as autorizações necessárias.
“Ele entrou em uma área do município sem autorização. Está quase pronta. Se pegarem no site da Receita Federal, a empresa já está constituída naquele local mesmo sem termos autorizado. Essa casa dá recados para a sociedade também. Que recado daríamos se aprovarmos isso depois do empresário fazer o que fez? Essa cidade não é uma bagunça, não podemos aceitar que as pessoas façam o que bem entendam”, disse.
Relator do projeto, Jean Pirola (PP) se manifestou a favor do projeto e ressaltou a importância para a economia da cidade.
“Eu discordo que a empresa invadiu a área. Eles tinham autorização do município. A prefeitura inclusive fez a terraplanagem. Dizer que ele invadiu a terra, é ser leviano. No meu ponto de vista, é um projeto muito bem elaborado. É uma área industrial, que vai gerar empregos. A empresa terá 90 dias para dar início ao trabalho e, se não cumprir a regra, não tiver liberações ambientais, o terreno volta para a prefeitura.
Para Ivan Martins (DEM), a investigação sobre a obra não compete aos vereadores, e sim aos órgãos da prefeitura. Por isso, votou favorável.
“Foi jogado para nós uma responsabilidade que não é nossa. O projeto é somente para autorização da transferência do imóvel após cumprido os requisitos estabelecidos por lei. Se tivesse vindo para autorizar a instalação da empresa, estaria discutindo de forma diferente”.
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