Sociedade 19 de Julho inicia reformas para reativação, em São João Batista
Fechado há dez anos, clube deve retornar às atividades ainda neste ano, com novos projetos
Fechado há dez anos, clube deve retornar às atividades ainda neste ano, com novos projetos
Após dez anos fechada, a Sociedade 19 de Julho inicia nesta semana a reforma na sede. As obras serão realizadas na parte estrutural do teto neste primeiro momento, pois está bastante comprometida. Em seguida, o forro e os tacos de madeiras do chão também devem passar por manutenção.
Fundado em 1967, o clube conta atualmente com 200 títulos de sócios patrimoniais. Em 2017, durante uma assembleia, os cotistas decidiram vender a sede e se desfazer da Sociedade 19 de Julho. Porém, a segunda votação contou com um número significativo de participantes sócios, que já não se envolviam tanto com o clube. E então, a maioria decidiu não vender o espaço.
Durante esta mesma assembleia, o então presidente Renato Goerdert renunciou ao cargo, depois de muitos anos à frente da sociedade. E os membros elegeram Wander Vicente Gomes Filho como presidente interino.
Ao fim da gestão, Gomes Filho foi novamente eleito presidente para o mandato de dois anos (2018-2019). “A intenção dessa nossa diretoria atual é conseguir reativar a sede. Fazer um ou dois bailes por ano e fazer outras atividades no local”, informa o presidente.
Ele ressalta que pretende reavaliar algumas situações e planejar outras ações e eventos para movimentar o clube. “Acho que o abandono das pessoas para esse tipo de clube é justamente porque as sociedades permanecem sempre com a mesma atividade, não trazem um diferencial”, analisa.
A proposta é realizar pesquisas e entender qual a necessidade e o gosto da atual juventude para conseguir abranger a todos os públicos no clube. “Mas, neste momento, nossa preocupação principal e com a obra de reforma”, frisa Gomes Filho.
O presidente lembra que algumas obras de manutenção já aconteceram na sede, como o conserto da fossa e muro que estavam quebrados. Uma terceira etapa também está sendo planejada para enquadrar a sede dentro da atual legislação, com colocação de caixa d’água e outros itens obrigatórios.
“Alguns profissionais se dispuseram a fazer os projetos para nós e, assim que concluída todas essas reformas, conseguiremos, finalmente, reabrir a sede”, diz.
O objetivo, segundo Gomes Filho é realizar ainda durante sua gestão um ou dois bailes de reativação na sede. “Foco é devolver a sede funcionando para eventos, para que a próxima diretoria consiga ‘tocar’ a 19”, afirma.
Sem mensalidade
O presidente revela que, como a sede permanece fechada por muito tempo, acabou não havendo mais nenhum tipo de cobrança dos sócios. Atualmente, a única fonte de renda da Sociedade é o aluguel de um espaço onde funciona o Restaurante 19 de Julho.
É, inclusive, com o dinheiro deste aluguel que o clube conseguirá viabilizar as obras de reforma no local.
Após a reativação, a diretoria deve implantar outros meios de arrecadação de verbas para a manutenção das atividades no clube.
Tradicionais bailes marcam época
A Sociedade 19 de Julho é muito lembrada na região pelos tradicionais bailes que realizava. Entre os que mais marcaram as épocas foram os de Debutantes, de Carnavais e os bailes do chope, que faziam grande sucesso.
O primeiro baile de debutantes foi realizado no dia 23 de dezembro de 1978, tendo como primeira madrinha Maria Círia Aragão Zunino, 74 anos. “Tinham 25 meninas, com idades de 15 a 17 anos. Levamos elas em Florianópolis para uma mulher ensinar como se comportarem e passar as regras de etiqueta” lembra.
Sempre muito envolvida com as atividades da comunidade, Círia, que já era sócia do clube, continuou participando dos bailes de debutantes. Desta vez, passou a organizar, ensaiar e fazer o cerimonial dos eventos. “Eu estudei em um colégio muito bom em Florianópolis onde ensinava as boas maneiras e etiquetas. Então sempre carreguei comigo e busquei repassar para outras pessoas, especialmente a essas meninas”, diz.
Círia ressalta que os bailes de debutantes eram fantásticos e havia muita procura. Com objetivo de apresentar a jovem à sociedade, os bailes eram muito requintados. “Era um acontecimento. Os ensaios com as meninas iniciam logo nos primeiros meses do ano, sendo que o baile acontecia somente para o fim do ano, entre os meses de setembro, outubro ou novembro”, conta.
Com o passar dos anos e com a era da tecnologia cada vez mais presente, a tradição do baile de debutantes foi se perdendo e as meninas perderam o interesse. O último baile ocorrido na Sociedade foi no início dos anos 2000.
Primeira presidente mulher
Além de primeira madrinha do baile de Debutantes, Círia Zunino também foi a primeira presidente mulher do clube. “Sinto muito orgulho de ter feito parte dessa história e continuar como sócia patrimonial. Espero que as atividades na sede voltem para que possamos ter um local para sentar e escutar uma música, encontrar os amigos e reviver toda essa história”, diz.