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Sociedade Beneficente chega aos 90 anos e se reinventa para superar dificuldades

Com o fim dos tradicionais bailes, clube gera receita com a locação para eventos

No próximo domingo, 14, a tradicional Sociedade Beneficente, localizada na avenida Primeiro de Maio, no bairro de mesmo nome, completa 90 anos de história. Dentre estas nove décadas, o clube passou por dificuldades e precisou se renovar com o passar dos anos, principalmente após transformações sociais que culminaram no fim dos eventos que mais movimentavam o Beneficente no passado, como os bailes de Carnaval, Natal e São João.

Hoje apostando principalmente na locação para eventos, a Sociedade Beneficente consegue gerar receitas tanto para custear as despesas mensais quanto para lucrar e seguir investindo no clube. Reformas e manutenções são realizadas com frequência, e o espaço que recebe festas e celebrações quase todos os fins de semana vai ampliando e se sofisticando.

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A parceria com a empresa Schmitt Buffet e Eventos também trouxe muitos benefícios à sociedade. Festas temáticas, como a Good Times, e bailes de formatura são alguns dos principais eventos realizados no Beneficente, considerado um dos melhores espaços para estas cerimônias em Brusque.

Apesar de olhar para frente, os administradores do Beneficente não abrem mão de algumas das tradições que fazem parte das raízes do clube. A bocha, o bolão e os jogos de mesa – como dominó e carteado – ainda encontram espaço, e equipes das modalidades representam o clube por todo o estado.

Atualmente, o quadro de sócios vem sendo reduzido, conforme explica o atual presidente, Francisco Antônio de Souza, o Chico.

“Hoje nós contamos com cerca de 250 sócios, e vamos perdendo cada vez mais com o passar dos anos. Não vejo interesse por parte principalmente dos jovens, que acabam por encontrar outras atividades, mas o clube segue resistindo e buscando seu espaço dentro de suas limitações”.

Atual presidente, Francisco Antônio de Souza está no quarto mandato. Foto: Cristóvão Vieira

Chico lamenta que, no passado, não houve investimento para que o clube contasse com ainda mais atrativos. “Poderíamos ter piscina, sauna, academia e mais espaços de interesse da comunidade, mas como não foi pensado nisso no passado, hoje já não é mais possível porque o clube não tem mais para onde crescer com seu espaço físico”.

No último sábado, 6, a Sociedade Beneficente fez justiça ao nome que recebeu em 1929. Em um jantar dançante feito aos sócios para celebrar os 90 anos, foram arrecadados mais de 200 quilos de alimentos, que serão doados ao Lar Menino Deus.

História do Beneficente
Ainda antes da fundação da Sociedade Beneficente com este nome, havia outro clube nas proximidade, este fundado em 1918 com o nome de Sociedade Pomerânia, em uma estrutura toda feita de madeira. Em 1929 este clube foi dissolvido e surgiu a nova agremiação, construída com tijolo maciço pronto para abrigar os associados. A parte externa do clube ainda tem a mesma base da construção nonagenária.

Pintura da antiga Sociedade Pomerânia, embrião do Beneficente. Foto: Arquivo Sociedade Beneficente.

A doação dos terrenos foi feita pelo cônsul Carlos Renaux, já que o clube é próximo da histórica fábrica. “A família Renaux foi fundamental para a criação e existência da Sociedade Beneficente. O filho do Cônsul, Carlos Cid Renaux, o Calinho, era um grande colaborador e associado”.

Ainda guardado com bastante zelo no setor administrativo, um longo caderno de capa preta contém a ata de fundação da Sociedade Beneficente, em 1929. Como a grande maioria dos primeiros associados – sendo praticamente todos funcionários da fábrica Renaux – eram imigrantes ou descendentes de imigrantes alemães, a ata é quase completamente escrita na língua germânica.

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Atualmente no quarto mandato, Chico é sócio há 49 anos. Ao longo das décadas, acompanhou muitas histórias peculiares. “Na enchente de 1984, a equipe de bolão 13 de Maio, que representava a Sociedade Beneficente, foi até Barra Velha para disputar uma competição. Precisaram ficar cinco dias na cidade, porque não tinha como voltar para cá”.

A força esportiva do clube ainda é valorizada, e as dezenas de troféus são exibidas na bela e preservada cancha de bocha. De segunda à sexta o clube é aberto para a prática das modalidades aos associados.