Sociedade Esportiva Pinheirinho completa 80 anos e busca renovação para manter história viva em Brusque
Cancha de bocha do estabelecimentos é uma das mais antigas do município
Fundada no dia 21 de março de 1943, a Sociedade Esportiva Pinheirinho, localizada hoje no bairro Azambuja, em Brusque, comemora 80 anos nesta terça-feira. Repleta de amigos e boas histórias, o local enfrenta hoje a dificuldade de se renovar e se manter em destaque.
Em toda a sua história a sociedade pertenceu ao bairro Azambuja. Antes funcionava em outro ponto, porém, a antiga localidade não foi recordada pelos frequentadores. Atualmente o espaço fica na rua Azambuja, número 882. Conta com duas canchas de bocha (uma desativada), mesas para jogar cartas, cozinha equipada e um bar completo.
Valter Bruns, de 72 anos, nasceu em Brusque e mora no Azambuja. O brusquense já frequenta o local há mais de 49 anos, inclusive, já foi presidente e hoje atua como tesoureiro. A mulher dele, Margit Bruna, coordena um grupo de mulheres que se reúne toda quarta-feira no lugar.
“Aqui fizemos grandes amigos, pessoas que ainda frequentam o espaço. A cada ano lutamos para manter tudo em pé, mas o tempo castiga. No auge da pandemia foi complicado, pessoal começou a deixar de vir, estamos lutando para seguir atuando”, diz Valter.
Diversão
A sociedade fica aberta de quarta-feira a domingo. Nos dias de semana abre a partir das 17h e nos finais de semana opera durante todo o dia. A cancha de bocha é o maior atrativo e até hoje serve como símbolo da longevidade do local.
“Ela faz parte da história e é um dos motivos pelos quais ainda estamos aqui. Está ligada ao bar. Os amigos aparecem, praticam o esporte e nos ajudam a manter a história viva. Geralmente quem perde paga a cerveja e tudo fica resolvido”, conta o tesoureiro.
Com troféus empilhados em uma prateleira, a sociedade possui times que costumam competir regularmente nos campeonatos.
As partidas (sem compromisso) que acontecem no local costumam demorar pois há sempre longas conversas entre os participantes, o que diverte o dia de quem passa pelo local. “Outra coisa que o pessoal joga muito aqui é carta. Sempre há baralhos e mesas disponíveis”, relata Valter.
Alimentação
Com estruturas de bar e cozinha completas, no local sempre é possível encontrar bebidas geladas e bons lanches. No cardápio, a especialidade é o famoso “X”, lanche com hambúrguer que pode ter acompanhamentos diferentes.
Já o bar possui todas as opções para os clientes. Como é anexo a cancha de bocha, acaba virando um dos maiores atrativos da sociedade. Sempre é possível participar de boas rodas de conversa ao redor do balcão hoje coordenado por Fabrício Knihs, que inclusive é filho e neto de ex-presidentes, além de também já ter atuado no cargo.
Desafios e raiz familiar
O ex-presidente conta que o estabelecimento enfrentou dificuldades nos últimos anos. Após a pandemia, o número de sócios ativos e frequentadores baixou. O valor da colaboração mensal é em torno de R$ 9 e os valores obtidos ajudam na manutenção do espaço.
“Estamos lutando pela volta dos sócios antigos e adesão de novos. Queremos uma renovação. O ambiente é familiar e está marcado na história de Brusque”, diz.
Muitos dos desafios enfrentados ao longo dos anos contou com a força da família Knihs, que fundou a sociedade. Vários membros da família foram presidentes do espaço.
Inclusive, há na parede fotos de todos os ex-presidentes que guiaram a sociedade. “A história fica viva aqui para que ninguém esqueça. Anos atrás era uma luta grande para ser presidente da sociedade, sempre foi motivo de orgulho”, conclui Valter.
Música para os ouvidos
Francisco Carlos, de 58 anos, mora no Azambuja e sua presença é frequente na sociedade. Conhecido no ambiente, Francisco costuma levar seu canário de estimação para cantar no local.
“Ele nasceu em cativeiro e não podia mais retornar para a natureza. Para mantê-lo vivo, coloquei ele em uma gaiola e o registrei. Também fiz todos os documentos legais necessários. Quando venho, ele vem junto para que não fique só lá em casa. De presente, acabamos ganhando o canto dele”, conta o brusquense.
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