Sucesso nos anos 90, banda Pulsação é destaque na história do rock brusquense; relembre momentos

Com música Vício, banda ficou conhecida na região Sul do Brasil

Sucesso nos anos 90, banda Pulsação é destaque na história do rock brusquense; relembre momentos

Com música Vício, banda ficou conhecida na região Sul do Brasil

A banda Pulsação coleciona mais de 20 anos de história. Atualmente formada pelo quarteto Alex Gonçalves, 47 anos, Jéferson Petermann, 44, Widman, 54, e Gabriel Zambiazzi, 40, o grupo possui músicas na carreira que tocaram nos bares de Brusque e região no fim dos anos 90 e início dos anos 2000.

O vocalista da primeira formação da banda, Marcelo Fischer, faleceu no dia 28 de setembro de 2011, aos 38 anos, vítima de um infarto. Ele, junto com Widman, foi um dos autores da música Vício, maior sucesso da Pulsação, que toca nos bares até os dias atuais e, na época, circulava nas rádios da região Sul do Brasil.

“O Marcelo era a estrela da banda, o vocalista é assim. Ele tinha essa estrela no palco, tanto é que as pessoas são fãs dele até hoje em dia. O Marcelo era isso, um amigão que deixou saudades para todos”, comenta Widman.

A banda voltou aos palcos em 2018 na comemoração dos 20 anos. Para o retorno, Gabriel Zambiazzi foi convidado para formar o quarteto junto com Widman, Alex e Jéferson, para ser o vocalista. “Jamais passou pela minha cabeça fazer parte da Pulsação. Eu era o fã que depois passou a fazer parte da banda”, diz.

Naquela ocasião, fizeram o lançamento da música Antes do Depois. A ideia inicial era o retorno apenas para aquele trabalho. Porém, o quarteto se empolgou e seguiu em atividade.

Antes do Depois – Pulsação:

Como tudo começou

Tudo teve início com a banda Bandeira Federal, em que Widman era membro. O vocalista da banda, naquela ocasião, foi para Porto Alegre e convidou ele para ir junto. Na capital gaúcha, se apresentaram por um ano e meio, até Widman voltar para Brusque com o baterista.

Em 1994, de volta a Brusque, eles decidiram formar uma nova banda na cidade, que se chamaria Cabeça Demente. Naquele ano, Marcelo Fischer foi convidado por Widman para ser o vocalista do trio.

No começo, a banda Cabeça Demente começou com apresentações autorais e os ensaios aconteciam na casa de Marcelo. Depois, um baixista entrou para a banda. No fim, apenas Marcelo e Widman, amigos de longa data, permaneceram juntos.

“Tínhamos um problema para vender shows, porque todo mundo achava que era uma banda de heavy metal e não de rock, por causa do nome Cabeça Demente. Depois, decidimos trocar de nome”, conta Widman.

A solução então para evitar confusões foi mudar o nome para Pulsação Inoxidável. De acordo com Widman, o “inoxidável” se referia a algo que não envelhece. Porém, ele conta que não deu certo, pois continuavam achando que se tratava de uma banda de heavy metal.

O acerto do nome que colocou um fim na confusão foi mais simples do que o imaginado. Apenas tiraram a palavra inoxidável e mantiveram Pulsação, nome que se consolidou e segue até os dias atuais.

Com a mudança dos membros, Alex chegou para formação da banda Pulsação. Eles, porém, ainda não tinham um baterista e precisavam de mais alguém para fazer parte da banda. Jéferson era estagiário na Prefeitura de Brusque e colega de trabalho de Alex. Ele tocava bateria e foi convidado para compor o que se tornaria o quarteto da Pulsação.

Jéferson (esq.), Widman e Alex atualmente. Foto: Thiago Facchini/O Município

Só Pra Te Ver – Pulsação:

Por trás da Vício

A Vício é uma das músicas de autoria da Pulsação mais lembradas. Isto porque a composição fez sucesso em Brusque nos anos 2000. A letra é de Widman e Marcelo, quando compuseram ainda quando estavam na banda Cabeça Demente.

“A música e a ideia eu já tinha na época da Bandeira Federal. Eu tocava nos ensaios, mas ninguém dava bola. Eu sentia que era legal”, diz Widman. Ele detalha que, primeiramente, já tinha a melodia em mente, mas não a letra.

O objetivo de Widman e Marcelo era falar sobre vícios, mas no sentido mais amplo da palavra, sem se referir a algo em específico. A primeira parte da música foi composta por Marcelo. Widman escreveu a segunda parte e o refrão.

A ideia da letra foi inspirada em um texto em que um dos membros da banda desabafava sobre a vida. Lá, estava escrito: “já não posso mais viver, sentindo quase vontade de morrer”, que é o refrão da música.

“A música fala sobre sofrimento, e todo ser humano tem seus sofrimentos, mazelas e agonias. Quando falamos sobre isso, as pessoas se identificam”, diz Alex. Uma das partes mais tensas da música, que é justamente o refrão, é também a parte mais eufórica da canção.

Em uma época que os meios digitais ainda não eram tão evidentes, a banda optou por gravar a música Vício em um evento em Balneário Camboriú, com mais quatro bandas de Brusque. Lá, fizeram um clipe da música.

“O evento deu uma movimentada e todo mundo aderiu à música. Conseguimos espaço na Rádio Diplomata e na Rádio Atlântida. Tocou no rádio e foi muito longe. Como é uma música que tem melodia e refrão bom, explodiu”, afirma Alex.

Vício – Pulsação (clipe oficial):

Na lembrança dos fãs

Quem acompanhou a banda Pulsação desde o início foi Cassiano Tavares, o Cacá. Na verdade, antes mesmo de a banda se chamar Pulsação, ele já acompanhava a Cabeça Demente. Cacá relembra que eles ensaiavam em um quarto, atrás de uma lanchonete no bairro Guarani.

“Eu frequentava a lanchonete e escutava eles tocando. Às vezes, eu ia dar uma olhada, meio tímido. Eu já conhecia o Widman a bastante tempo, pois o pai dele trabalhava na Rádio Araguaia com o meu pai”, afirma.

Um fato relembrado por Cacá é um show apresentado pela banda em Piçarras, após o lançamento da música Vício. Ele conta que não tinha ideia do tamanho da proporção da música na região. No bar, não frequentavam muitos brusquenses. Geralmente, quem marcava presença eram os moradores da região do Litoral.

“Para nossa surpresa, praticamente o bar inteiro começou a cantar a música. Eu fiquei arrepiado e é algo que me marca até hoje em dia. Uma banda de Brusque, de amigos meus, tocando um som autoral e o bar, com pessoas que eu nunca vi na vida, estava inteiro cantando”, conta.

Assista ao documentário sobre a banda:

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