Sugar daddies e babies: saiba quantos brusquenses usam sites de relacionamento por interesses
Dados obtidos por O Município mostram que são mais de 6 mil cadastros nas principais plataformas
Relacionamentos afetivos com interesses mútuos e pré-determinados não são nenhuma novidade. O que há de mais atual neste meio, porém, é a possibilidade de encontrar pretendentes deste perfil por meio de portais específicos na internet. Em Brusque há mais de 6 mil cadastros nas duas principais plataformas nacionais do gênero, a Universo Sugar e a Meu Patrocínio.
O tema foi tratado na novela A Dona do Pedaço, da emissora Rede Globo. Na ocasião, a personagem Sabrina, interpretada por Carol Garcia, é a suggar baby de Otávio, vivido por José de Abreu. Assim como na vida real, Otávio mima a moça com presentes como jóias, roupas e um apartamento.
Os dados foram encaminhados pelos dois portais para a reportagem de O Município. Com as informações, é possível saber a quantidade de usuários por cidade e também o total em Santa Catarina.
Conforme explicam os representantes das plataformas, o volume de interessados neste tipo de relacionamento é notório. A Meu Patrocínio, por exemplo, atingiu a marca de 2 milhões de cadastros no Brasil.
Existem também, em menor número nas plataformas, as sugar mommiess, que são mulheres dispostas a apoiar financeiramente jovens em troca do relacionamento. Em ambos os casos há a possibilidade de relacionamento entre homens ou entre mulheres.
A Meu Patrocínio elenca alguns itens que considera serem vantagens para cada um dos lados. Segundo as descrições, a sugar baby terá “viagens fantásticas, mimos e presentes”, além de “estabilidade e networking”. Já os daddies têm “encontros com mulheres jovens, lindas e decididas e um relacionamento honesto e transparente”.
Brusquenses na Meu Patrocínio
Na plataforma Meu Patrocínio, são mais de 6,7 mil usuários ativos em Brusque. A diferença entre os daddies e as babies é grande: são 329 homens cadastrados e 6,4 mil mulheres em busca de alguém que as dê suporte financeiro. São cerca de 19 jovens para cada homem cadastrado. Ao todo, em Santa Catarina são 81,6 mil pessoas cadastradas na plataforma.
Entre os dados encaminhados para a reportagem está também o perfil médio dos usuários. O patrimônio dos daddies, por exemplo, gira em torno de R$ 7,7 milhões, com renda mensal média de R$ 80 mil.
A média de idade dos homens é de 43 anos, enquanto que das jovens é de 24. A Meu Patrocínio informou ainda que a maioria das babies são universitárias.
Brusquenses na Universo Sugar
A realidade é diferente na plataforma Univerno Sugar que tem menor presença dos brusquenses. Ao todo, são 114 homens interessados em patrocinar, e 93 mulheres mulheres buscando o relacionamento. Contabilizando o número de usuários do site, 207 brusquenses estão cadastrados. Em Santa Catarina são, ao todo, 10,1 mil usuários.
A plataforma traçou um perfil mais completo dos daddies e babies. Dos homens, a maioria são divorciados, mas há também casados e solteiros. A maior parte tem mais de 55 anos, e a menor tem entre 33 e 44. A faixa de renda mais comum fica entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, sendo que, conforme afirmou em nota a plataforma, a maioria são empresários, advogados e funcionários públicos.
Entre as babies, a grande maioria também está solteira, mas existem as casadas e comprometidas. Na faixa de idade, a fatia maior fica entre 21 e 25 anos. Na nota oficial do portal, as babies têm diferentes ocupações, mas a maior parte é estudante.
Babies e daddies na região
As plataforma também informaram os dados das cidades da região como Guabiruba e São João Batista.
Na plataforma Meu Patrocínio são 4075 sugar babies a procura de um relacionamento, enquanto isso existem 215 homens registrados. O portal também encaminhou as informações de São João Batista, que conta com 2950 mulheres cadastradas e 150 sugar daddies.
Já no aplicativo Universo Sugar, os guabirubenses cadastrados são iguais, 19 babies e daddies. Enquanto isso, não há nenhum batistense registrado na plataforma.
“O que eu gosto é de ser cortejada”
A reportagem entrou em contato com Marina (nome fictício), sugar baby de Santa Catarina, que teve o contato encaminhado pela equipe da Meu Patrocínio e preferiu não ter sua identidade revelada.
Ela explica que acessou pela primeira vez a plataforma por sugestão de amigas. “Eu havia terminado um relacionamento e instalei os aplicativos tradicionais, como Tinder e Happn. Mas eu não estava satisfeita. Achava que os homens lá cometiam muitas gafes, e então minhas amigas perguntaram se eu conhecia a Meu Patrocínio”.
Conforme explica Marina, lá ela se encontrou. “Era exatamente o que eu precisava. Eu trabalho, tenho minha casa e tenho meu carro, não preciso disso. Só não tenho como bancar uma viagem para o exterior, que eu gosto muito. E foi isso que eu procurei. O que eu gosto é de ser cortejada. Eu não estou disposta a pagar o jantar, isso me desanima em um homem”.
Marina afirma que não é uma relação fútil, e sim sincera. “É tudo pré-determinado, os papéis estão bem estipulados. Isso acontece o tempo todo na nossa sociedade, mas a diferença é que na plataforma está tudo às claras”. Contudo, ela explica que também há distorções dentro do site.
“Tem muita objetificação sim. Teve a vez que um cara me mandou uma mensagem dizendo ‘estou na sua cidade, no hotel ‘x’, apartamento ‘y”. Nem continuei a conversa, porque a ideia da plataforma não é essa”.
Contudo, Marina saiu da plataforma. O seu relacionamento encerrou porque, como afirma, a rotina do seu trabalho a impediu de estar à disposição, conforme o sugar daddy gostaria. Além disso, ela voltou para o ex-namorado.