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Surto de dengue no Litoral não atinge Brusque, que mantém números baixos

Médico infectologista avalia tendência

Diferente do que foi registrado no Litoral catarinense, os números de casos de dengue não assustaram as equipes de saúde de Brusque em 2023. Foram registrados na cidade somente 117 casos, e nenhuma morte.

Os dados foram coletados até o dia 23 de junho. O médico infectologista Ricardo Alexandre Freitas acredita que a estabilidade de números baixos pode ser vista de maneira positiva, mas comenta que a situação também gera estranheza.

A ótica positiva é quando se leva em consideração que as ações da Secretaria de Saúde no combate ao mosquito surtiram efeitos, passado o período complicado vivido no ano passado. Por outro lado, o fato do surto no Litoral não atingir Brusque gera questionamentos.

“Os números apresentados no Litoral são muito divergentes dos números apresentados na nossa região. A proximidade faz com que a gente fique meio receoso aos números tão bons aqui”, comenta o infectologista.

Foram registrados menos casos em Brusque, uma cidade de 140 mil habitantes, do que em Penha, que tem somente 34 mil habitantes. Balneário Piçarras, Bombinhas e Porto Belo também são cidades menores que registraram mais casos que Brusque.

Brusque e Balneário Camboriú têm uma quantidade de habitantes semelhante. No entanto, o município litorâneo registrou quase dez vezes mais casos de dengue em 2023 do que Brusque. Foram 1.127 registros em Balneário Camboriú até o dia 31 de maio.

Fatores para os bons números

Além das ações das equipes de saúde que ocasionaram no baixo número de casos mesmo em meio ao surto no Litoral, Ricardo aponta dois fatores que podem ter resultado na estabilidade das estatísticas.

Um deles é a dificuldade de identificar os sintomas de dengue, que podem ser semelhantes a quadros gripais. Sendo assim, os infectados podem não ter feito exame e, consequentemente, não terem sido diagnosticados. Outra possibilidade é a falta de notificação à Secretaria de Saúde por médicos.

A tendência, conforme o infectologista, seria que os ovos dos mosquitos eclodissem nos meses passados e gerassem aumento de casos na cidade, pois ficam íntegros pelo período de um ano, o que não aconteceu.

“Se pensarmos que o serviço da Vigilância funcionou e que as ações foram efetivas, foi um tremendo sucesso em termos de controle de doença pública, mas sempre ficamos com um pé atrás, porque nem tudo são flores na medicina”, comenta.

Perspectiva para os próximos meses

Por fim, Ricardo comenta que a Secretaria de Saúde está na espera de uma vacina contra a dengue que poderá auxiliar no controle da doença no município.

“Se tivermos o menor número de focos possível e o controle for eficiente, é possível que teremos um número de casos de dengue estabilizado no município com o passar dos tempos. Seria igual hoje, para menos”.

A Secretaria de Saúde contabiliza os focos mediante vistorias realizadas em casas, empresas e terrenos baldios, em que, após a coleta para análise em laboratório, o criadouro é eliminado e o responsável pelo local recebe orientação.


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