SUS trata 17 pacientes de tuberculose em Brusque
Número é considerado dentro da média pelo Serviço de Atenção Especializada
De acordo com o Serviço de Atenção Especializada (SAE), 17 pessoas estão em tratamento para tuberculose em Brusque neste momento. O número não é considerado alto, porém, chama a atenção para a existência desta doença silenciosa e por vezes mortal na cidade, apesar dos avanços da qualidade de vida nas últimas décadas no país.
Em 2013, o SAE tratou 38 novos casos da doença, mesmo número de 2014. Já em 2015, até o fim de agosto, foram 24 casos (dos quais 17 ainda estão em tratamento e sete já receberam alta). Proporcionalmente, a estatística está dentro da média do município. O número de pacientes sendo tratados atualmente também está conforme a realidade local, conforme a enfermeira do programa de tuberculose e hanseníase do SAE, Natália Cabral Marchi.
No entanto, a estatística chama a atenção para o fato de que esta doença que data do período antes de Cristo ainda estar presente no Brasil. Não só isso, o país é o 17º colocado no grupo de 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo. Anualmente, 4,6 mil brasileiros morrem em decorrência da enfermidade.
Em Brusque, a quantidade de pacientes não é considerada alarmante, mas o serviço foi intensificado porque trata-se de uma doença mortal nos casos mais extremos. Segundo Natália, o diálogo com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) foi aumentado no sentido de aumentar a prevenção. O resultado, informa, é o crescimento para cinco testes diários de escarro (exame para identificar a tuberculose por meio do líquido expelido com a tosse). Quando a pessoa vai até o posto de saúde e está com tosse, por exemplo, mesmo sem os outros sintomas da enfermidade, a orientação do SAE é que seja realizado o teste de escarro.
Natália diz que o trabalho de diagnóstico é importante “porque se descobre precocemente a doença” e com isso a pessoa não passa a transmitir a doença. Ela destaca, porém, que nem sempre o infectado tem de sair do convívio social. Isto é determinado por um exame médico que identifica se está bacilífero ou não, ou seja, contagiosa.
Nos casos em que há o risco de contaminação, o doente deve abandonar o trabalho, usar máscara e adotar medidas para não passar o vírus para os outros durante o tratamento, que é de seis meses. Mensalmente, a baciloscopia (exame do escarro) é repetida. Assim que dá negativo, a pessoa pode voltar à vida normal, pois já não está mais contagiosa.
Segundo a enfermeira, dos 17 casos em tratamento no SAE nenhum deles é secundário, ou seja, de pessoas que conviviam com um doente. São pessoas que já tinham outras doenças, como a Aids, o que causou a baixa a imunidade do organismo e o aparecimento da tuberculose. “Nem sempre quando você entra em contato com alguém que está tuberculose você vai desenvolver neste momento. Você vai desenvolver quando baixar a imunidade”, explica.
Tratamento exige persistência
Embora perigosa e motivadora de 1 milhão de mortes pelo mundo a cada ano, a tuberculose tem cura. O tratamento padrão é de seis meses, e em Brusque é coordenado pelo SAE, que distribui a cada mês, e conforme a demanda certa, a medicação para cada UBS. O comprimido deve ser tomado sob supervisão. Todos os dias, exceto fins de semana e feriados, o paciente têm de ir ao posto de saúde e ingerir o remédio na frente de um profissional da saúde e assinar o documento.
“O que mais acontece é que com 15 ou 20 dias a pessoa ficar melhor e parar o tratamento”, afirma a enfermeira. Ela diz que o índice de desistência não é um problema, mas ela destaca que largar a medicação representa um risco desnecessário, já que a doença acaba voltando mais forte e resistente.