A necessidade de conseguir apoio financeiro para a realização de sonhos e projetos de vida uniu o destino de uma bailarina que nasceu sem os braços, um grupo de cientistas que buscam curar tumores de câncer cerebral infantil a partir do zika vírus modificado e um designer industrial inventor de luvas biônicas para pessoas com deficiência.
O apoio veio por meio de pessoas dispostas a ajudar o próximo. Através da plataforma de financiamento coletivo Só Vaquinha Boa, iniciativa do portal Só Notícia Boa, muitas pessoas puderam ser ajudadas. A vaquinha tem como objetivo ajudar talentos brasileiros de todas as áreas.
“A intenção do Só Notícia Boa foi criar uma plataforma com histórias positivas para sensibilizar as pessoas pelo amor, não pela dor, pelo sofrimento, nem pela desgraça humana. E é o amor que esses talentos têm pelo que fazem que vai nos impulsionar a contribuir para transformar a vida deles e comemorar junto as conquistas”, explica o jornalista Rinaldo de Oliveira, criador do site dedicado a veicular somente reportagens com impactos positivos.
Quando o maestro João Carlos Martins anunciou que faria uma cirurgia nas mãos e, consequentemente, teria que se despedir dos pianos, o designer industrial e professor de desenho Ubiratan Bizarro não se conformou. Ubiratan tem carreira na área de design inclusivo e pensou como o seu trabalho poderia ajudar o maestro a continuar tocando. Foi aí que ele inventou uma luva biônica que devolveu os movimentos dos dedos do maestro.
As luvas foram entregues como presente de Natal, em 2019, e o vídeo do João Carlos Martins tocando com ela fez bastante sucesso, rendendo outras encomendas. O que Ubiratan pretende agora é ajudar quem não tem condições de pagar pelas luvas, reduzindo o valor em até 50% através da construção de uma oficina inclusiva.
A intenção com a oficina é baratear todo o processo de confecção das luvas. Com parte do valor que será arrecado no Só Vaquinha Boa, o designer produzirá 20 luvas para doar a pessoas carentes. “Eu preciso de pessoas que possam me ajudar para aumentar a produção das luvas para beneficiar o máximo de pessoas possível. Eu não consigo mais fazer sozinho, então preciso de investimentos”, explica o profissional. Para ajudar Ubiratan a beneficiar outras pessoas por meio do seu projeto é só clicar aqui.
Outra história beneficiada é a de Vitória Bueno, de 17 anos, uma bailarina mineira que nasceu sem os braços. Seja no balé clássico, sapateado ou no jazz, a vida de Vitória é movida pela dança, que ela se dedica desde os cinco anos. Vitória tem sido destaque nos palcos, onde é notada por grandes nomes do balé, ou nas redes sociais. Somente em seu perfil no Instagram, o @vihb_bailarina, ela soma 206 mil seguidores.
Apesar dos passos de dança muito bem executados e do sorriso sempre presente em seu rosto, Vitória segue enfrentando obstáculos. Com persistência e talento, busca ultrapassá-los. De família humilde, a mãe dela está desemprega e a única renda vem do padrasto, que é aposentado.
Entre os sonhos atuais da bailarina estão a construção de um estúdio de dança adaptado, além de um banheiro com acessibilidade. Hoje ela estuda e faz seus ensaios em um pequeno quarto que divide com a irmã e toma banho sentada no chão do banheiro para evitar o risco de cair. Tudo isso pode ser realizado com o dinheiro arrecadado pela campanha para a Vitória no Só Vaquinha Boa.
Mais do que ajuda para questões materiais – essenciais para o aprimoramento da dançarina – o dinheiro arrecado servirá como gás para Vitória seguir fazendo o que mais ama. “Pretendo dançar muito ainda e poder representar o Brasil. Quero mostrar para o mundo que, independente da deficiência, independente da dificuldade, nós podemos tudo. E é como eu costumo dizer: você pode tudo, menos desistir”, afirma a bailarina.
Outra Vaquinha disponível na plataforma do Só Vaquinha Boa vai ajudar cientistas do Centro de Pesquisas Sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP). Eles descobriram que é possível curar tumores de câncer cerebral infantil modificando a estrutura do zika vírus. Testes já foram realizados em animais e apresentaram bons resultados.
A meta agora é avançar nas testagens e possibilitar o tratamento em humanos. “Estamos muito animados com a possibilidade de testar o tratamento em pacientes humanos e já estamos conversando com oncologistas. Também submetemos uma patente com o protocolo terapêutico adotado em roedores”, contou ao Só Notícia Boa a professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Mayana Zatz. A campanha já está no ar e pode ser conferida aqui.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil