Taxistas reclamam de transporte clandestino de passageiros em São João Batista

Vereador cobra fiscalização da prática ilegal; PM têm dificuldade em abordar motoristas

Taxistas reclamam de transporte clandestino de passageiros em São João Batista

Vereador cobra fiscalização da prática ilegal; PM têm dificuldade em abordar motoristas

Um grupo de taxistas esteve na sessão da Câmara de Vereadores de São João Batista, nesta segunda-feira, 18. Eles buscam uma solução ao combate de transporte clandestino de passageiros por veículos de passeio no município.

Na sexta-feira, 15, dois taxistas se reuniram com o promotor Nilton Exterkoetter, da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca, para pedir auxílio e foram orientados a fazerem uma reclamação por escrito à prefeitura para que sejam tomadas providências.

O vereador Almir Peixer (PSD) levou o assunto à tribuna e informou que os motoristas clandestinos entregam cartões com seus contatos nos comércios e em casas. “Essa situação não pode ficar impune. É preciso que algo seja feito logo”, diz.

Há dez anos atuando como taxista no município, José Luiz Salvador afirma que os motoristas têm prejudicado a classe. “Já sofremos com a vinda dos Ubers e agora enfrentamos essa situação. Sem contar que o passageiro não possui segurança nenhuma andando com esses clandestinos”.

Reunião anterior
Em novembro do ano passado, um grupo de taxistas já havia se reunido com o prefeito Daniel Netto Cândido e o comandante da Polícia Militar, Daniel Pereira. Foi exposta a preocupação do grupo em coibir o exercício irregular da atividade.

Segundo a assessoria da prefeitura, a prática ilegal tem sido alvo de constantes denúncias nos últimos meses. Inclusive, algumas delas resultaram em notificações judiciais e multas a dois infratores. Entretanto, a punição não tem surtido efeito.

Durante o encontro, algumas ações foram definidas para serem cumpridas, especialmente pela Polícia Miliar, como autuação e retenção do veículo dos motoristas que fossem flagrados.

O prefeito ressaltou que o alvo não são os motoristas profissionais cadastrados em aplicativos, como o Uber, mas os que prestam este serviço sem nenhuma autorização.

O comandante da PM informa que na reunião se propôs a auxiliar os taxistas, mas que esta fiscalização cabe à prefeitura. “Não é fácil pegar em flagrante, pois o motorista pode estar levando um passageiro e na abordagem dizerem que são apenas colegas, ficando impossível uma comprovação”, explica.

Contudo, o subtenente Daniel afirma que os policiais já fizeram algumas abordagens em veículos que supostamente estariam fazendo o transporte clandestino. Mas, como estavam com documentos do veículo em dia, e não houve flagrante da situação, não foi possível autuar.

Ele pede que os taxistas, ao flagrarem uma situação, informem à PM para que possam fazer a abordagem. “Contamos com a colaboração deles também nessa fiscalização. E, se aparecer um pedido, iremos atuar de maneira efetiva”, frisa.

O que dizem os motoristas
Pasqual Tiecher Steiner possui uma empresa de frete e transporte no município. Ele conta que é contratado por algumas empresas para fazer entrega de produtos ou buscar funcionários.

Entretanto, em alguns momentos, os funcionários dessas empresas também ligam diretamente para ele ou seu parceiro para fazer um transporte particular.

“Os moradores próximos de mim também me procuram quando precisam de algum serviço, porque acham o valor dos táxis muito alto. Então eu facilito esse serviço a essas pessoas. Tem vezes que aceito pagamento em cesta básica para fazer doação a entidades carentes”, diz.

O empresário acredita que não há nada de irregular com seu trabalho, até mesmo por pagar os impostos necessários para manter a empresa ativa no município.

“Não estou roubando cliente de ninguém. Meu carro não fica parado em nenhum ponto atrapalhando o serviço de outros. Errado são os taxistas cobrarem preços abusivos para corridas dentro da cidade. O que eles fazem é explorar as pessoas. E foi por essa ganância que perderam espaço no mercado para os Ubers”, diz.

Ao ter conhecimento do movimento organizado pelos taxistas contra o transporte clandestino, Steiner afirma que procurará a prefeitura para se informar melhor sobre a situação.

Deoclecio da Silva, 52 anos, começou a atuar como motorista particular há cerca de quatro meses e mantêm um grupo pelo WhatsApp com seus clientes. “Faço esse serviço apenas para conhecidos meus e moradores do bairro Ribanceira do Sul”.

Apesar de saber que a prática não é correta, ele afirma que no momento não tem condições para se cadastrar em um aplicativo de transporte. “Para fazer parte do Uber precisa ter um veículo a partir de 2010, infelizmente meu carro é mais popular e não consigo”, comenta.

Entretanto, ele afirma que pretende se regularizar para poder exercer seu trabalho na cidade.



Demora no atendimento

Outro assunto debatido na sessão da Câmara de Vereadores também pelo vereador Almir Peixer foi em relação à demora no atendimento da Caixa Econômica Federal. Ele relatou que na segunda-feira, 18, esteve na agência bancária e precisou esperar cerca de três horas para ser atendido.

Conforme a lei, os bancos devem atender o público em até 15 minutos em dias normais, 25 minutos às vésperas de feriados e após os feriados prolongados, e 30 minutos nos dias de pagamento dos funcionários públicos municipais, estaduais e federais, não podendo ultrapassar esse prazo, em hipótese alguma.

Em caso de haver demora no atendimento, o cliente deve se dirigir até o gerente para fazer a reclamação. Entretanto, se ainda assim permanecer na espera, é importante fazer o registro do tempo de espera e gerar uma reclamação formal ao Procon.



Aprovada desafetação de bem público

O único projeto de lei em votação na noite de segunda-feira foi do Executivo, que pedia a desafetação de parte da rua José Gessele, no bairro Cardoso. No local existe há 50 anos a empresa Cartonagem Batistense, que com o passar dos anos precisou ampliar o parque industrial e ocupou parte da via pública.

Com isso, o proprietário da empresa Tarcísio Gessele procurou a prefeitura para fazer a desafetação sem nenhum dano ao município. Em contrapartida, após os devidos processos legais, haverá o pagamento por parte da empresa à prefeitura.

O projeto foi aprovado por unanimidade entre os vereadores, que concordaram que é preciso incentivar as empresas e estimularem a permanecer na cidade gerando renda.



Piso aos orientadores educacionais

A vereadora Rúbia Tamanini (PSD) usou a tribuna para solicitar à prefeitura que os orientadores educacionais tenham o reajuste juntamente com o piso do magistério.

Além disso, ela alertou quanto ao pagamento dos professores com Admissão em Caráter Temporário (ACTs). “Quando são contratados, alguns estão na categoria de não habilitados. Porém, ao longo do ano, ao concluírem a graduação, com a apresentação do diploma, é justo que passem a receber como graduado”, diz.

Uma agenda deve ser marcada com o prefeito para repassar as solicitações durante esta semana.

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