Telefonia móvel é o principal problema da temporada no litoral
Presidente da Santur, o brusquense Valdir Walendowsky, avalia a falta de sinal com maior transtorno aos turistas, junto com o trânsito pesado nas rodovias
Enquanto na temporada 2013-2014 a reclamação de turistas que foram ao litoral foi a falta d’água nas torneiras, neste ano a fonte de problemas para os governos municipais e estadual foram a telefonia móvel e o trânsito intenso. Esta é a avaliação do presidente da Santa Catarina Turismo (Santur), o brusquense Valdir Walendowsky, que já foi convidado pelo governador Raimundo Colombo para permanecer no cargo, o que deverá ocorrer.
Apesar das dificuldades, ele avalia o andamento da temporada como “altamente positivo” e diz que o estado está no caminho certo, porque a pasta já registra um aumento de 10% no número de turistas que vieram para Santa Catarina até o momento. Segundo ele, a maioria destas pessoas é de Santa Catarina e se desloca para as praias, em seguida vêm os paranaenses, gaúchos e paulistas. Há ainda os estrangeiros, principalmente de países do Mercosul – tendo a Argentina como destaque. Confira a seguir o diagnóstico por áreas feito pelo presidente.
Telefonia
Quem foi para a praia no fim de ano teve dificuldades de conseguir completar ligações, conta a turista de Irineópolis, no Planalto Norte, Ellen Colombo. Ela passa as férias em Brusque com amigos e foi para Meia Praia, em Itapema, entre o Natal e Ano Novo.
“A dificuldade em conseguir fazer e receber ligações foi o principal problema encontrado nessas férias. Além de ficar a maior parte do tempo sem encontrar área, quando conseguia fazer e receber ligações, o sinal era de péssima qualidade. Sem falar da internet que funcionava muito mal também. Nos dias em que estive em Itapema, praticamente perdi o contato com meus familiares, pois era quase impossível conseguir ligações ou enviar SMS”, diz Ellen.
Walendowsky diz que a falta de sinal de celular e de internet móvel é o principal desafio a se melhorar. “A telefonia é uma vergonha. Se paga tarifas absurdas, as mais caras do mundo, e se tem um serviço ruim”, diz.
Trânsito
O trânsito é um problema tradicional para os catarinenses. Com a BR-101 a receber tráfego intenso de veículos durante todo o ano, é esperado que haja filas e lentidão nas rodovias para ir ao litoral. Walendowsky reconhece o problema e ressalta que houve filas em determinados pontos – como na entrada e saída de Balneário Camboriú -, mas diz que a responsabilidade de saná-los é de municípios e da União. “Houve problemas em BRs, um problema federal, não é o estado que tem que resolver um problema do governo federal”, diz.
Na região de Brusque, fica um dos principais gargalos entre Balneário Camboriú, Itajaí e Penha. “O que se tem que fazer é se adequar à realidade e conviver com a situação”, diz o presidente da Santur. Ele destaca que alguns pontos de lentidão são temporários, como em Laguna, no Sul do estado. Uma ponte está sendo construída na rodovia, o que causa transtornos, mas isso acabará assim que a obra for concluída.
Água e energia
Na temporada 2013-2014 houve uma torrente de reclamações de turistas que foram ao litoral e ficaram sem água nas torneiras. Muitos, inclusive, voltaram antes do previsto por causa do problema. Desta vez, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) afirma ter investido R$ 15 milhões em melhorias. E, segundo Walendowsky, surtiu efeito, porque praticamente não houve reclamações. “Nesta questão nós evoluímos muito. Claro, nunca vai chegar a 100%, sempre tem intempéries que não se consegue prever”, diz ele.
Segurança
Walendowsky também avalia como bem-sucedida a Operação Veraneio, que reúne todas as forças de segurança do estado e as concentra nas praias e balneários. Mais de 8 mil agentes foram empregados na ação que segue até o dia 1º de março. “A Operação Veraneio é a melhor do país”, diz. Ele acrescenta que em pesquisas a segurança é um dos itens mais citados pelos entrevistados.
Entretenimento
Bares, restaurantes e rede hoteleira têm agradado os turistas, diz o presidente da Santur. “Não está tendo reclamações, por isso somos um dos principais destinos turísticos do pais”, afirma. Dentre estabelecimentos comerciais e outros ramos, mais de 600 mil pessoas trabalham durante a temporada. Walendowsky destaca a representatividade do turismo na economia catarinense.
Brusque e região
Fora do litoral, a Santur trabalha com uma política de turismo para fomentar a atividade turística. Em Brusque, Walendowsky diz que a autarquia já incentiva o turismo religioso e que vislumbra desenvolver a modalidade de aventura. “O turismo de compras é um grande filão que pode ser aproveitado pela região de Brusque”, diz. O presidente da Santur também afirma que eventos relacionados ao setor têxtil podem ser explorados.