Estudantes se surpreendem com tema de redação do Enem

Violência contra as mulheres foi o assunto escolhido pelo Ministério da Educação neste ano

Estudantes se surpreendem com tema de redação do Enem

Violência contra as mulheres foi o assunto escolhido pelo Ministério da Educação neste ano

Assevim também foi um dos locais de realização das provas do Enem, neste fim de semana, em Brusque | Foto: Miriany Farias
Assevim também foi um dos locais de realização das provas do Enem, neste fim de semana, em Brusque | Foto: Miriany Farias

Foram dois dias intensos de provas em que milhares de candidatos realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em Brusque, as provas de sábado, 24, e domingo, 25, foram realizadas na Unifebe e na Assevim. O que mais surpreendeu, segundos os estudantes ouvidos pela reportagem, foi o tema da redação: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.

Muitos candidatos se preparavam para falar sobre política, crise hídrica e imigração. “Achei importante e interessante. No sábado teve uma questão sobre o feminismo também. Acho necessário falar sobre o tema, até porque ainda tem muitos casos de violência contra a mulher e é preciso combater”, comenta Matheus Fischer, 20 anos, de Guabiruba, que fez a prova na Assevim.

Davi Bruno Marcelino, 17 anos, de Brusque, fez a prova na Unifebe, pela segunda vez. Para ele, o tema da redação também foi inesperado. “Achei muito legal abordarem isso, até porque hoje ainda se tem a visão da família patriarcal”, diz.

O tema escolhido pelo Ministério da Educação (MEC) gerou bastante polêmica nas redes sociais. Porém, Gabriele Angelina Scoz, 20, de Brusque, uma das primeiras a deixar o local da prova na Unifebe, afirma que foi uma escolha certa. “É o que se está em evidência na mídia. Não acho que o MEC tenha sido feminista em chamar para este tema”, analisa.

Para argumentar durante a redação, Lucas de Souza Uhlmann, 17, de Brusque, utilizou a falta de educação dos agressores, e também das leis que pouco são aplicadas em casos de violência contra a mulher, como a Maria da Penha. “Não achei a redação difícil. Pelo contrário. O que estava mesmo difícil eram as questões de português, muito elaboradas e que se tornavam cansativas”, comenta.

Jaise Paola, 18, também de Brusque, concorda com a dificuldade no português, em que em apenas uma questão foi utilizada duas páginas de textos para interpretação. “O primeiro dia foi mais tranquilo, mas hoje somente o português foi complicado, pois a matemática era bastante pela lógica e pouco cálculo”, diz.

Para Gabriel da Silva Barbosa, 18, a matemática foi a mais crítica e, por isso, precisou utilizar o ‘chutômetro’ para responder metade das questões. O Enem neste ano, para ele, foi mais para adquirir experiência. Mas, dependendo do resultado, pensará no ingresso da faculdade ou de Engenharia Química ou de Produção, para o próximo ano.

Daniele Cardoso, 17, de Guabiruba, não sentiu dificuldade com a prova, apesar do cansaço tomar conta no segundo dia do Enem. “Para mim foi dentro do esperado. Estudei para isso, não achei tão complicado”, diz.


Pais aguardavam pelo fim da prova

Bastante orgulhosos, Patrícia e Aladio Jasper, percorreram 87 quilômetros de Major Gercino a Brusque, para levar o filho Lucas, 17, e mais dois amigos para fazer o Enem, na Unifebe. “Sempre apoiamos ele nos estudos e nos deixa feliz ele querer buscar o melhor para o futuro. Ele pretende usar a nota do Enem para conseguir uma bolsa e cursar Engenharia Mecânica”, conta a mãe.

Valdecir Vilmar Tomasi, 46, também aguardava o filho João Vitor, de 15 anos, no lado de fora da Unifebe. Eles vieram de São João Batista e o adolescente veio adquirir experiência com a prova do Enem. “Ele estava com muita vontade de fazer a prova. Fico orgulhoso porque é um bom caminho e, com uma boa nota, mais tarde poderá ter um acesso mais fácil à universidade”, diz.

Luiz Carlos Kuster, 46, de Brusque, esperava pela esposa Ane Caroline, 36, e a filha Taiane, 17, finalizarem a prova. “Acho ótimo elas se interessarem pelos estudos. Apoio muito elas nessas decisões”, afirma.

 

 

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