Terceira empresa apresenta proposta para locar espaço no parque fabril da Buettner
Favo Malhas quer expandir setor de tinturaria; Sintrafite contesta locações
A Favo Malhas, de Brusque, apresentou proposta para locar parte do espaço e do maquinário da Buettner. Se chegar a um acordo, será a terceira empresa a ocupar a indústria, uma vez que já operam lá a Schlösser e a Copacabana.
De acordo com o processo de falência, ao qual O Município obteve acesso, a Favo ofereceu R$ 4 mil mensais para locar uma fração da estrutura. Segundo o sócio-diretor da empresa, João Beuting, a ideia seria usar exclusivamente a tinturaria de tingimento de fios.
Segundo Beuting, a empresa tem a projeção de produzir de 30 a 40 toneladas mensalmente apenas na tinturaria. Para isso, seriam contratadas seis pessoas, inicialmente, para colocar a produção em andamento.
De acordo com o sócio-diretor da indústria, os ex-trabalhadores da Buettner, que já têm conhecimento da fábrica e dos procedimentos, teriam prioridade na contratação.
Caso consiga locar o espaço, não estão descartadas parcerias com as outras duas empresas também locatárias da indústria. No entanto, por enquanto, o processo está paralisado.
Segundo Beuting, a locação tem um objetivo especial. “Seria um resgate da Buettner”, diz o empresário, que também é secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque.
Ainda não existe data para que o pedido de locação seja apreciado pela juíza Clarice Ana Lanzarini, da Vara Comercial de Brusque. Ele está sob contestação no processo de falência.
A Favo Malhas tem sua sede no bairro Nova Brasília, onde trabalham 212 funcionários. A empresa atua no tingimento de tecidos de malha.
Copacabana quer permanecer no local
A Copacabana Têxtil, que também é locatária da fábrica, solicitou à Justiça a renovação do seu contrato, a vencer em 1º de maio deste ano. A indústria do Rio de Janeiro aguarda esse aval para poder realizar investimentos na estrutura.
A juíza Clarice se manifestou favoravelmente à renovação por 18 meses. “Os benefícios são mútuos, seja pela conservação da edificação, seja pela renda obtida para manutenção dos serviços e suprimento das despesas extraconcursais, minimizando significativamente os custos do processo judicial”, escreveu a magistrada.
No entanto, por se tratar de um lugar pertencente a uma massa falida, a Copacabana assumiu alguns riscos. Está ciente, por exemplo, de que o imóvel poderá ser leiloado. Nesse caso, ela teria de negociar o aluguel com o novo dono.
A indústria também assumiu custos com o tratamento de efluentes, quando necessários, vigilância e outros. Não há informação sobre o valor do aluguel pago, tampouco sobre o reajuste, que será definido pelas partes envolvidas.
Sintrafite é contra locações a terceiros
O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Brusque (Sintrafite) apresentou contestação aos dois pedidos: renovação da Copacabana e aluguel da Favo Malhas.
Segundo o presidente da entidade, Aníbal Boettger, o sindicato é contra locar porque a ocupação pode atrapalhar o leilão. A previsão é que os imóveis da Buettner sejam leiloados ainda neste semestre. A massa falida faz, neste momento, o levantamento das matrículas existentes, que ficam em Brusque, Botuverá e Canelinha.
Boettger afirma que o Sintrafite se posicionou contra o pedido da Favo porque não está especificado qual é a metragem locada nem quantas máquinas serão usadas. “Diante disso, está abaixo do mercado”.
A juíza determinou, após a contestação do sindicato, que a Favo Malhas esclareça o período de locação, espaço e demais detalhes. Também solicitou que o Sintrafite fundamente a sua negação ao valor oferecido. Depois, a magistrada tomará uma decisão final.
O Sintrafite também é contra a renovação porque considera que ter locatários poderá prejudicar o número de interessados no leilão. Segundo o sindicalista, a prioridade é conseguir vender tudo para quitar as dívidas trabalhistas, assim como aconteceu com a Renaux.