De assessor parlamentar a confeiteiro nos Supermercados Archer, a trajetória de Claudemir Duarte – Tuta (PT), seja na vida pública ou pessoal, é cheia de altos e baixos. Antes de conquistar uma das 15 cadeiras na Câmara de Vereadores de Brusque, ele “amargou” duas derrotas e nem por isso desistiu de se candidatar em 2012. Isso porque, entre seus cabos eleitorais desde sempre, estava o pai  Ademir Duarte, que morreu há cerca de 7 meses. 

– Foi um período bem difícil, até pensei em desistir da candidatura, mas pensei melhor e resolvi continuar, pois eu tinha um motivo para querer ser vereador, que era contribuir – salientou. 

Tuta confessa que quando era mais novo não gostava de política, entretanto, o envolvimento com a comunidade o encaminhou naturalmente para o meio. A sua participação nas discussões dos temas que afetavam os moradores do seu bairro, o Batêas, iniciaram quando ainda era adolescente e participava do grupo de jovens da igreja católica. Depois veio o engajamento com a associação de moradores, onde atuou como presidente e vice. Lá dentre as experiências que o marcou, esteve a bandeira que levantou em busca de tratamento para dependência de álcool, que seu pai sofria. 

– Fui em busca desse tratamento na prefeitura e quando conseguimos, meu pai resolveu que ia parar sozinho e realmente parou, então cedemos a vaga para alguém do bairro e com isso, as pessoas começaram a me procurar para pedir ajuda para tratarem outras pessoas – relembra.

O contato com o Partido dos Trabalhadores (PT) veio através do prefeito Paulo Eccel, quando ele fazia campanha para Deputado Estadual. 

– Um dia estava no Centro, conversamos e avaliei que ele tinha boas propostas. Desde então mantivemos contato, até que depois de dois anos que ele estava eleito, veio o convite para trabalhar na Assembleia – relembra.

Mas a ida para Florianópolis não significa que depois disso, Tuta passou a atuar somente na vida pública. 

– Houve novas eleições e o Paulo perdeu, não tenho esse negócio de ser refém de cargo público, voltei e fui trabalhar. Primeiro vendendo peças íntimas para sacoleiras de Florianópolis e Nova Trento, depois em uma empresa, como expedidor. Veja como são as coisas, um dia na Assembleia e outro, carregando carretas. Mas não me envergonha, pois todo trabalho é digno – destaca.

Como a eleição do governo PT em 2008, veio a função de Diretor de Obras,  e agora na Câmara de Vereadores, afirma que levar um pouco da visão da dinâmica que tem do Executivo e contribuir para uma Brusque melhor. 

Jornal Município Dia a Dia: O quê o levou a persistir na candidatura de vereador, mesmo após duas derrotas?

Claudemir Duarte – Tuta: “Eu confio muito na intenção desse governo. É um governo feito de várias pessoas que pensam da mesma forma e que querem uma Brusque diferente e melhor. Eu faço parte disso, desejo e quero contribuir para essas ações acontecerem. Tive boas votações nas horas vezes, mas talvez não era o momento e agora realmente senti que estava preparada para estar na Câmara”.

MDD: Qual será prioridade de mandato?

Tuta: “Vai ser focar principalmente no apoio às entidades, como por exemplo, os bombeiros voluntários, que é um pessoal que já conversei um pouco. Quero que meu mandato seja marcado pela atenção as entidades e suas demandas, por isso estou me colocando à disposição. Vou estar aqui na Câmara sempre, para que as pessoas tenham alguém que possa contar. Talvez posso apoiá-las para buscar ações através dos mutirões, pois na Secretaria de Obras, essa proposta deu muito certo. Praticamente todos os bairros tiveram mutirão de concreto. Também quero enfatizar e buscar união de forças, para que seja implantada na cidade uma clínica de recuperação. Sei que isso não pode ser feito aqui pela Câmara, mas como vereador posso defender essa bandeira”.

MDD: Qual será o primeiro projeto a apresentar na Câmara?

Tuta: “Sei que a execução dessa clínica que mencionei, vai ser mais de responsabilidade do Executivo, mas lutar por isso vai ser a primeira coisa que vou fazer, porque sei o quanto isso faria diferença para o nosso município”. 

MDD: Como o senhor disse, os mutirões são uma ação que deram certo para concretagens de ruas, será que a proposta pode ser levada em outras frentes, como as calçadas?

Tuta: “Com certeza, inclusive quero sugerir que a ideia dos mutirões sejam levadas para as calçadas, que precisam tanto de melhorias. Sempre ouvi que o povo queria que a prefeitura fosse lá e resolvesse todos os problemas sozinha. Mas através da experiência dos mutirões, vimos que se a prefeitura mostrar vontade de fazer e pedir apoio, as pessoas ‘pegam junto’. Claro que não há unanimidade, mas a maioria quer sim ver as coisas melhorarem”. 

MDD: Pela sua experiência como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, há algum interesse de ser candidato em 2014? E para 2016, irá concorrer há uma nova vaga na Câmara?

Tuta: Ainda não, é muito cedo, tenho que voar baixo. O quê me motivou a estar na política, era o meu pai, que trabalhava três anos e meio para eu não ser candidato e quando chegava a época da eleição, ele se empolgava. Mas estou à disposição do partido, quero batalhar, crescer no meio político e contribuir. Se o partido entender que tenho uma possibilidade, vou estar à disposição, mas daqui há dois anos, acho que ainda é muito cedo. Já daqui a  quatro, é preciso primeiro discutir e analisar”.