Tire suas dúvidas sobre a metodologia da pesquisa eleitoral de Brusque
Confira perguntas e respostas sobre o tema
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O jornal O Município publicou nesta sexta-feira, 16, nas páginas 6 e 7 de sua versão impressa, a primeira pesquisa de intenção de votos de Brusque para o pleito de 15 de novembro. A divulgação de pesquisas eleitorais são sempre polêmicas e levantam muitas dúvidas entre os eleitores e os próprios candidatos.
É comum que aqueles que não estão no topo da pesquisa não concordem com os resultados e contestem os números. Assim como acontece com eleitores mais fervorosos que não concordam com o fato de seu candidato preferido não liderar as intenções de voto.
Por isso, O Município esclarece as principais dúvidas que podem surgir quanto à metodologia da primeira pesquisa de intenção de voto de Brusque, que foi feita por amostragem e registrada no dia 10 de outubro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) sob o número SC-06288/20. Confira:
Qual instituto realizou a pesquisa? Ele tem credibilidade?
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Mapa, empresa de pesquisa de opinião pública e de mercado fundada em 1991. O instituto é filiado à Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) e tem registro no Conselho Regional de Estatística – Região Sul (CONRE).
Desde 1992 realiza pesquisas eleitorais e, em Brusque, faz este trabalho desde 1996. A empresa já realizou pesquisas em parceria com veículos de comunicação de Santa Catarina e entidades de classe na execução de levantamentos político-eleitorais.
Por que foram entrevistadas 406 pessoas se Brusque tem mais de 87 mil eleitores?
O total de eleitores no Brasil é de 147,8 milhões. Normalmente, as pesquisas em nível nacional realizadas por institutos consagrados e referenciais utilizam uma amostra aproximada de 2 mil entrevistas. Em Brusque, o número de eleitores é de 87.640. O Instituto Mapa entrevistou 406 pessoas, considerando a amostra usualmente mais praticada para pesquisas eleitorais municipais, resultando em uma margem de erro amostral máxima de 4,9%, dentro de um nível de confiança de 95%.
Florianópolis, por exemplo, tem 357 mil eleitores e a pesquisa Ibope divulgada no dia 5 de outubro, entrevistou 602 eleitores. Da mesma forma aconteceu em Chapecó. Pesquisa realizada pelo Instituto Mapa e divulgada no dia 7 de outubro, teve 504 pessoas entrevistadas em um universo de 151.220 eleitores do município.
“As pesquisas por amostragem utilizam a máxima popular: ‘comendo uma fatia, eu sei como está o bolo’, explica José Nazareno Vieira, diretor-presidente do Instituto Mapa.
Por que as pesquisas são feitas por telefone?
Com a pandemia da Covid-19, a tradicional pesquisa de campo, de forma presencial, foi substituída pelo telefone. De acordo com Vieira, este modelo hoje é o mais praticado mundialmente, por questões de logística operacional, agilidade e custo-benefício.
“Certamente, no mínimo, 9 em cada 10 eleitores de Brusque têm telefone celular e/ou fixo. Portanto, estamos atingindo, seguramente, expressivo e representativo eleitorado brusquense”, diz.
Vieira lembra ainda que institutos tradicionais em pesquisas eleitorais, como o Ibope e Datafolha, têm utilizado esta técnica. O Instituto Mapa também tem realizado pesquisas eleitorais por telefone em várias cidades de Santa Catarina e do Brasil.
O nível de confiança da pesquisa é de 95%, mesmo índice que o de pesquisas eleitorais realizadas em Brusque de forma presencial e publicadas por O Município, em pleitos anteriores.
Como o instituto sabe de quais bairros são os entrevistados?
De acordo com o diretor-presidente do Instituto Mapa, as 406 entrevistas foram distribuídas proporcionalmente à participação eleitoral de bairros e cotas representativas de gênero, faixa etária e escolaridade. Os entrevistados foram sorteados aleatoriamente dentro das proporcionalidades de participação nos bairros do município, com base em banco de dados de telefones celulares e fixos do município.
“No banco de dados os números de telefone são baseados no endereço que o telefone foi registrado. Cada endereço tem um CEP e cada CEP corresponde a um bairro”, explica o diretor-presidente do instituto.
De acordo com a legislação, a relação das localidades selecionadas para aplicação da amostra será apresentada até o sétimo dia seguinte ao registro da pesquisa, conforme resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A pesquisa é fiscalizada pela Justiça Eleitoral?
Sim. Todo o processo contratual e execução da pesquisa segue normas fixadas e fiscalizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e que foi cumprida pelo Instituto Mapa, executante do levantamento, e O Município, como contratante pagador, conforme registro SC-06288/20.
Quem paga a pesquisa publicada pelo jornal?
A pesquisa foi contratada e paga pelo jornal O Município.
Sobre a escolaridade, por que só é perguntado se o entrevistado já cursou o nível superior?
Diversos institutos de pesquisa estão usando este formato. De acordo com o diretor-presidente do Instituto Mapa, José Nazareno Vieira, o objetivo de perguntar apenas se a pessoa cursou o ensino superior é para facilitar o entendimento do entrevistado. “Quando dividimos em fundamental, médio, muitas vezes os entrevistados não sabem e acabam confundindo. Geralmente, as pessoas sabem se cursaram o ensino superior ou não e com isso é possível controlar as cotas”.
Sobre condição econômica, por que só é perguntado se o eleitor está trabalhando?
De acordo com Vieira, o questionamento se o entrevistado trabalha é feito também como forma de facilitar a compreensão, ainda mais neste período de pandemia. “Perguntar a classe econômica das pessoas é complicado. Aquele valor é a renda de uma pessoa? Da família toda? Desta forma, controlamos melhor as cotas. Se tiver muita gente que não trabalha, o resultado é ponderado. Essa pergunta é mais para efeito de equilíbrio da mostra do que dado estatístico exato”, explica.
Por que a margem de erro é de 4,9%?
A margem de erro em 4,9% é proporcional ao número de entrevistas realizadas. Como foram feitas 406 entrevistas, a fórmula aplicada pelos institutos de pesquisa dá uma correspondência amostral de 4,9%.