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Toda eficiência será castigada

Por Mario Cezar de Aguiar Presidente da Fiesc No debate sobre o descompasso entre os recursos enviados por Santa Catarina a Brasília e o retorno que o estado recebe da União, fica um sentimento que pode ser resumido parafraseando a peça de Nelson Rodrigues, que intitula este artigo. Resultado do trabalho e esforço dos catarinenses, […]

Por Mario Cezar de Aguiar
Presidente da Fiesc

No debate sobre o descompasso entre os recursos enviados por Santa Catarina a Brasília e o retorno que o estado recebe da União, fica um sentimento que pode ser resumido parafraseando a peça de Nelson Rodrigues, que intitula este artigo. Resultado do trabalho e esforço dos catarinenses, os indicadores sociais diferenciados do estado, fazem com que ele seja “punido” com uma contrapartida inferior na divisão da arrecadação nacional.

É uma injustiça contra a qual seguiremos nos insurgindo. Mas, para além disso, temos que ter em mente que o sucesso do presente não garante um futuro promissor. Santa Catarina, em especial o novo governo, precisa atentar para uma série de alertas eloquentes que deixam claro que, para nos mantermos no topo, precisamos nos mobilizar e colocar em prática novas estratégias. Há muito tempo a Fiesc chama atenção, insistentemente, para a necessidade de superar os gargalos da infraestrutura, pré-condição para a competitividade.

Nossas rodovias precárias, problemas no fornecimento de energia e a constrangedora cobertura de saneamento destoam de Santa Catarina.

Tem mais: uma série de outros indicadores precisam de mais atenção, a começar pelo capital humano, fator-chave numa economia em que o conhecimento e a inovação se transformaram nos diferenciais mais significativos. Há exceções, mas entre 2007 e 2019, o desempenho dos estudantes catarinenses de ensino médio ficou estagnado e decaímos do topo do ranking para a 18ª posição, enquanto Pernambuco, Ceará e Piauí apresentaram grande avanço na qualidade da educação básica.

Outros sinais amarelos se acenderam. No ranking da inovação, em que ocupávamos a 2ª posição, caímos para a 4ª, agora atrás de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No índice Gini, que mede a distribuição das riquezas, o Paraná nos ultrapassou e alcançou o melhor resultado da região Sul.

Estes são alguns dos desafios postos ao governo do estado e aos nossos representantes nos Legislativos estadual e federal. Estamos convictos de que temos todas as condições de suplantar qualquer adversidade e colocamos a Fiesc à disposição para contribuir na elaboração e execução das estratégias necessárias para fazer frente a essa realidade.

A história prova que temos todas as condições para isso, pois a alma empreendedora é o maior patrimônio do catarinense, que é exemplo de resiliência, coragem e protagonismo.