A volta deles: torcedores do Brusque comentam retorno ao estádio e momento do clube
Último jogo no Augusto Bauer com público foi disputado em 8 de março de 2020
O confronto entre Brusque e Vasco, em 24 de setembro de 2021, ficará marcado na história do quadricolor como o jogo em que o torcedor pôde voltar ao Augusto Bauer. Não em sua totalidade, e ainda em condições excepcionais, mas sim, será o primeiro jogo no Gigantinho com portões abertos depois de 37 partidas em mais de um ano e meio, por conta da pandemia.
Foram colocados à disposição 750 ingressos para sócios e não-sócios, com preços de R$ 100 e R$ 150 ao público geral. Até o início da tarde desta quinta-feira, 23, foram retirados 450 bilhetes.
A última partida do Brusque com a presença do torcedor no Augusto Bauer foi um empate com o Concórdia em 1 a 1, na oitava rodada do Campeonato Catarinense. Naquele 8 de março de 2020, o Marreco jogou de rosa em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Edu abriu o placar aos 10 minutos de jogo, e Diogo Calixto empatou aos 39 minutos da segunda etapa. Estiveram presentes 3.156 pessoas. A renda registrada foi de R$ 59.430.
Matheus Henrique Müller, de 26 anos, é presença certa no Augusto Bauer pra o jogo contra o Vasco, após ter comprado a meia-entrada a R$ 75. Ele acompanha o Brusque com mais afinco desde 2015, ano em que o quadricolor foi campeão da Série B estadual.
O último jogo assistido por ele no Augusto Bauer foi a final do Catarinense de 2020, entre Brusque e Chapecoense. “Consegui a entrada com uma das patrocinadoras do campeonato”, relata.
Antes da pandemia, Müller era presença certa em todo jogo no Gigantinho. Na final da Série D de 2019, entre Brusque e Manaus, ele acompanhava à partida de dentro do Augusto Bauer enquanto o quadricolor conquistava o título na Arena da Amazônia. Na noite daquele 18 de agosto, ele apareceu nos gols do Fantástico, da TV Globo, exibindo seu cavalinho, mascote típico do programa dominical, com a camisa quadricolor. É um dos momentos mais marcantes do brusquense como torcedor.
Maria Eduarda de Souza esteve presente no último jogo do Bruscão com público, em 8 de março, contra o Concórdia. A torcedora de 18 anos começou a acompanhar o time de coração mais de perto aos 14, quando começou a frequentar o estádio.
Uma de suas memórias mais marcantes é a do apagão em Brusque 0x1 Ceará, na Copa do Brasil de 2018. O jogo virou a noite por conta dos problemas de iluminação. Antes da pandemia, Maria Eduarda estava no Gigantinho em praticamente todos os jogos.
Ela teve acesso à meia-entrada, pagando R$ 50 pelo ingresso na arquibancada descoberta. “Não estamos em uma situação muito boa, começamos bem o campeonato, e isto está nos ajudando agora. São 11 jogos sem vitória, não é fácil. Mas espero que com a troca de treinador, as coisas mudem. Confio na nossa permanência nesta Série B.”
A torcedora estava ansiosa para poder ver o time de coração de perto. “Acredito que já estava na hora do público voltar aos estádios, claro, com todos os cuidados e cumprindo os protocolos. Penso que o valor dos ingressos foi um pouco mais elevado do que o torcedor esperava.”
Laerte Schaefer Júnior, de 31 anos, é outro torcedor que esteve presente em Brusque 1×1 Concórdia, o último jogo com público. “Eu estava indo bastante ao estádio, acompanhando bastante, indo a quase todos os jogos nos últimos tempos.”
Schaefer Júnior é sócio-torcedor do clube e retirou seu ingresso na terça-feira, 21, na secretária do Brusque. Ele vai assistir à partida acompanhado de amigos que também são sócios.
“Todo mundo tomando os cuidados necessários com máscara, mas é bom para o pessoal se divertir, ver o time de perto, ter a adrenalina de estar no estádio. Importante exigir que o pessoal tenha as duas doses da vacina, como eu, ou que esteja testado.”
Apesar do mau momento do quadricolor, o torcedor acredita que a vitória está próxima. “O momento do Brusque não é dos melhores. Está perdendo alguns jogos, empatando bastante, mas está jogando bem. Acompanho praticamente todos os jogos, o Brusque está jogando bem. Daqui a pouco vai passar esta fase ruim, vamos engrenar de novo e ganhar.”
Empolgado pela campanha do título da Série D em 2019, Marco Henrique Pacher chegou a se associar à Torcida Força Independente (TFI). Em meio à pandemia, participa da logística para exposição de faixas no estádio Augusto Bauer antes e depois das partidas. “Fazemos a recepção dos jogadores. Quando eles voltam de jogos fora de casa, fazemos a recepção deles com músicas e hinos.”
O último jogo de Pacher no Gigantinho foi a histórica goleada do Bruscão por 5 a 1 sobre o Remo, na segunda fase da Copa do Brasil, em 20 de fevereiro de 2020. Na entrevista, ele aguardava o resultado do teste para Covid-19, para então ir buscar seu ingresso. Por ser membro da torcida organizada, adquiriu a entrada por R$ 70 na geral.
O jovem de 19 anos está otimista e crente na recuperação do quadricolor na Série B. “O time não está numa posição muito boa, muito agradável, mas também não está na zona de rebaixamento. Com o novo técnico, o Waguinho [Dias] aí, temos uma grande chances de subir de novo, ficar no meio da tabela ou, quem sabe, no G-4”.
Aos 15 anos, Anna Carolina da Silva vai ao jogo acompanhada da madrasta, e pretende encontrar outra amiga no Augusto Bauer para assistir a Brusque x Vasco. Ela não vai ao estádio desde 2019, pois estava viajando no início de 2020 e não pôde ir aos jogos. “Acredito muito que o Brusque vai retomar o caminho das vitórias”, opina.
Em sua primeira partida no estádio, em 2019, Anna estava acompanhada da madrasta na geral, e se emocionou em estar torcendo tão de perto. Foi pé quente, e o Brusque saiu com a vitória. Chegou a considerar ser sócia, mas a pandemia frustrou os planos da torcedora em 2020.
Brusque x Vasco em tempo real
Acompanhe Brusque x Vasco com a descrição dos lances em tempo real em omunicipio.com.br. O pré-jogo começa às 21h, e o apito inicial está marcado para as 21h30.