Trabalhadores do HEM decidem nesta sexta-feira se paralisam os serviços
Funcionários do Hospital e Maternidade de Brusque estão sem receber salários completos desde dezembro; parte dos serviços já foram desativados
Os funcionários do Hospital e Maternidade de Brusque (HEM) participarão de assembleia geral extraordinária para decidir sobre o início de uma greve geral hoje à tarde. Se aprovada a paralisação, o hospital – que já está sem atendimento em vários setores – terá suas atividades interrompidas completamente.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Blumenau e Região convocou a assembleia a pedido dos trabalhadores. A reunião ocorrerá às 15h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Brusque (Sintrivest).
O presidente do sindicato da categoria, Ingo Ehlert, diz que a greve trata-se de um processo praticamente burocrático, porque o HEM já está quase parado. O atendimento à noite continua sem funcionar. Em fevereiro foi anunciado que a suspensão seria por apenas dez dias.
Segundo Ehlert, somente alguns procedimentos pequenos, que exigem que o paciente fique em observação por algumas horas, ainda são realizados. Não há nenhuma pessoa internada, tampouco cirurgias foram realizadas nos últimos tempos.
Em caso de greve, a principal mudança é que os funcionários que ainda estão no HEM também deverão cruzar os braços. O sindicalista explica que, na assembleia de hoje, ele irá explicar as implicações de uma greve geral.
Um pouco antes, às 11h de hoje, Ehlert espera ter uma reunião com a diretoria da Maternidade, a qual já foi solicitada. “Se me receberem e houver uma proposta, ela será apresentada na assembleia”.
Férias
A situação financeira dos funcionários permanece sem avanços. Segundo o sindicalista, os trabalhadores receberam apenas parte do salário de dezembro. Além disso, os vencimentos de janeiro, fevereiro, março e o 13º não foram pagos aos trabalhadores.
“Os funcionários foram chamados para assinar mais dez dias de férias”, diz o presidente do sindicato. “Estou pedindo que não assinem, porque, se o hospital está fechando, não há o que falar em assinar férias”, completa.
Diante dos atrasos, os empregados têm procurado uma forma de seguir com a vida profissional. “Há cerca de 60 processos para rescisão indireta na Justiça do Trabalho”, afirma Ehlert. Nenhum desses processos teve sentença, contudo, o sindicalista considera que os documentos comprovam a necessidade do corte do vínculo e que não haverá dificuldade.
Se houver uma decisão favorável por parte do juiz, os funcionários terão baixa em sua carteira de trabalho, para que possam procurar outros empregos. No entanto, há, ainda, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O HEM foi condenado a pagar R$ 400 mil aos empregados, mas ainda não o fez.
Bloqueio de bens
O presidente do sindicato informa que a ação para pedir o bloqueio de bens dos sócios do hospital deverá ser protocolada em breve. “O processo já está elaborado”, diz. “É um processo muito complexo levantar o patrimônio, porque são muitos sócios”, justifica o sindicalista.
O setor jurídico do sindicato, que representa os trabalhadores, terminou de elaborar a ação, mas o caminho para juntar informações dos sócios foi demorado e minucioso, de acordo com o sindicalista.
A reportagem entrou em contato com o HEM, no entanto, foi informada que a diretoria não irá se pronunciar sobre o assunto.