Trabalhadores do HEM encerram greve e pedirão rescisão na Justiça do Trabalho
Eles decidiram encerrar negociações após mais de um mês sem resposta da empresa
Eles decidiram encerrar negociações após mais de um mês sem resposta da empresa
Após mais de um mês de greve sem respostas por parte do grupo Aliança, responsável pelo Hospital e Maternidade de Brusque (HEM), os funcionários decidiram encerrar o movimento nesta segunda-feira, 24. Entretanto, eles não voltarão ao trabalho, em vez disso entrarão com ações trabalhistas pedindo a rescisão indireta.
Rescisão indireta é um processo no qual o funcionário recebe baixa na carteira de trabalho sem depender do empregador. Assim, ele pode procurar outro trabalho. De acordo com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Blumenau e Região (Seeb), cerca de 80 pessoas ainda trabalham no hospital e devem pedir o fim do vínculo empregatícia via Justiça do Trabalho.
Os trabalhadores estavam em greve desde o dia 21 de março, ou seja, há 38 dias. Os empregados reivindicavam o pagamentos salários de dezembro, janeiro e fevereiro, além de 13º e férias. Benefícios como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e INSS também estavam na pauta de reivindicações.
O advogado Hélio Gustavo Alves, que representa os trabalhadores, mas não é do sindicato da categoria, explica que os empregados estão à disposição do hospital para voltar ao trabalho. Mas, como a instituição está sem condições de atender o público, a tendência é que tudo continue parado.
“Diretores e lideranças administrativas pegaram suas coisas e foram embora”, afirma o advogado. De acordo com ele, há casos de empregados perdendo a moradia por falta de pagamento.
O fim da greve significa que os trabalhadores terminaram o prazo para diálogo. A partir de agora, eles buscarão os seus direitos na Justiça. “Vamos entrar com ações individuais trabalhistas nesta semana. Vamos oficiar o Ministério Público, a Receita Federal e o INSS”, diz Alves.
“Houve crime federal, porque foram descontadas as contribuições trabalhistas dos trabalhadores”, afirma o advogado dos grevistas. Ele informa que entrará, inclusive, com ações criminais contra os sócios do grupo Aliança e contra a Comunidade Evangélica Luterana, dona do imóvel, solicitando o bloqueio de bens para pagar os trabalhadores.
Ingo Ehlert, presidente do sindicato, diz que a orientação da entidade, desde o início, era pela rescisão indireta, mas os trabalhadores optaram pela greve antes de tomar esta atitude. O Seeb presta assessoria jurídica aos associados, contudo, cada trabalhador é responsável por fazer o seu pedido de rescisão indireta, com o advogado que desejar.
A reportagem entrou em contato com o HEM no telefone fixo e com a advogada da instituição, mas não obteve êxito, nem retorno.