Trabalhadores encontrados em condições sub-humanas em Brusque são atendidos por sindicato
Eles foram levados para a associação da entidade, que intermediará a negociação dos salários atrasados com a empresa
Dois trabalhadores que estavam alojados dentro de um contêiner junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Santa Terezinha, em Brusque, receberam auxílio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb) para se hospedarem até resolver suas situações. Eles alegam que não recebem salário da empresa que executa obra de reforma na estrutura da unidade há mais de 40 dias e não têm onde ficar.
O caso veio à tona esta semana, quando o grupo procurou a sede do sindicato para denunciar a situação. Eles são de Joinville, no Norte do estado, e trabalham para uma empresa da área da construção civil daquela cidade, vencedora da licitação para reforma no prédio das UBS de Brusque. Além dos salários em atraso, eles alegavam que o dono da empresa ordenou que desocupassem o alojamento montado ao lado do prédio.
De acordo com o presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, assim que tomou conhecimento da situação, o sindicato procurou a prefeitura para se inteirar do que estava ocorrendo. Inicialmente, foi oferecido pela prefeitura apoio ao grupo com local adequado para que pudessem pernoitar. Porém, eles se negaram, com receio de que o proprietário da empresa fosse até lá e levasse tudo embora, ficando ainda mais difícil de reaver os valores em atraso.
“Verificamos que a situação deles era precária, dormindo no chão e sem alimentação. Hoje fomos até o local, conversamos com eles e com o dono da empresa, que prometeu até esta sexta-feira, 14, quitar os débitos. Vamos levar eles para nossa associação, onde temos um espaço para abrigá-los. Vamos dar todo suporte para eles dormirem e se alimentarem até que seja resolvido esse caso”, destacou.
O cenário no local era desolador. O contêiner servia ao mesmo tempo de depósito de materiais de construção, dormitório e banheiro. A cama era um cobertor estirado no meio da estrutura, rodeado de sacos de cimento e equipamentos de uso na obra. No outro canto estavam uma betoneira e, ao lado, um vaso sanitário.
Os dois trabalhadores que estavam no local foram convidados e convencidos a irem para a sede do Sintricomb a partir do compromisso do sindicato de intermediar o pagamento dos salários em atraso para que possam retornar à sua cidade. Eles não querem retornar sem receber os valores, alegando que se saírem de Brusque não terão acesso mais a esse dinheiro.
O presidente do Sintricomb disse, ainda, que a prefeitura tem cooperado diretamente na intenção de resolver o impasse. Em comunicado, a diretora do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), Andreia Volkmann, afirmou que a empresa Forte Rocha, que executa os serviços na UBS, já havia sido notificada anteriormente sobre os atrasos nos pagamentos dos salários.