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Trabalho dos sonhos

Celia Sedrez passou por muitas dificuldades até conseguir ser professora

Natural de Major Gercino, Celia de Souza Sedrez, 47 anos, veio tentar a vida em Brusque ainda muito jovem. Como em sua cidade natal as oportunidades de estudo eram praticamente inexistentes, ela decidiu se mudar e, por meio da educação, construir uma carreira.

Ela concluiu até o quarto ano em Major Gercino, ficou em torno de quatro anos sem estudar e depois voltou. Em Brusque, fez o Ensino Médio no Colégio Honório Miranda. Como a instituição era particular, trabalhava de balconista em uma loja na rua Azambuja para poder pagar os estudos e se manter em Brusque. “Foi uma época bastante difícil, eu tinha que me manter porque meus pais não tinham condições”, conta.

Celia dividia a casa com outras jovens e, durante o Ensino Médio, fez o curso técnico de contabilidade. Por isso, decidiu que cursaria a faculdade de Ciências Contábeis. Já no fim do ensino médio, conseguiu uma vaga para trabalhar na biblioteca do Centro Universitário de Brusque (Unifebe). E, na instituição, construiu sua história.

Celia é professora do curso de Ciências Contábeis da Unifebe | Foto: Unifebe/Divulgação

Fez a graduação de Ciências Contábeis e, no ano 2000, quando concluiu o curso, já emendou uma especialização e recebeu o convite para lecionar na instituição. “O professor Luiz Pedro que era o coordenador da época me convidou e disse que eu teria capacidade para isso”, conta.

Na infância, Celia tinha o desejo de se tornar professora. Brincava com suas bonecas se imaginando dando aula, mas já adulta, não imaginava que um dia poderia realizar o seu sonho. Ela aceitou o desafio e iniciou sua trajetória na docência, onde continua até hoje.

“Hoje não me imagino sem dar aula. A gente aprende muito também e quando você dá uma aula legal, sai muito realizada, feliz, porque a aula foi produtiva”.

Valeu muito a pena todo o esforço, todo o sacrifício. Considero que hoje eu trabalho com o sonho das pessoas

Para ela, o principal destaque de sua carreira foi o mestrado realizado entre 2005 e 2007, o qual a qualificou ainda mais para a função na Unifebe.

“Tive todo o apoio da instituição. Foi a Unifebe que me deu todas as oportunidades, senão eu não estaria aqui hoje”.

Celia leciona as disciplinas práticas do curso de Ciências Contábeis e, a cada nova turma, a sensação é como se estivesse pisando em sala de aula pela primeira vez. Além de professora, ela também acaba se tornando amiga dos alunos, já que muitos compartilham com ela histórias de vida.

“Cada conquista dos alunos é uma vitória minha também. Fico muito feliz em ver eles tendo sucesso em suas carreiras. Além do conteúdo referente ao curso, trabalho muito a questão da ética profissional”.

Para ela, ser professora é um orgulho. Uma conquista alcançada após muito sacrifício. “Valeu muito a pena todo o esforço, todo o sacrifício. Considero que hoje eu trabalho com o sonho das pessoas, ou o sonho do conhecimento ou o sonho material dos alunos e isso pra mim é gratificante. Tenho muito orgulho da minha profissão”.