Trajetória de fé e educação: padre Nivaldo celebra 50 anos de sacerdócio em Brusque
Também professor de Filosofia, Nivaldo Alves de Souza foi o primeiro diretor da Faculdade São Luiz
Nesta sexta-feira, 6, o padre Nivaldo Alves de Souza celebra 50 anos de sacerdócio em Brusque. A comemoração do Jubileu Áureo Sacerdotal acontecerá às 19h, na Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga.
Com quase cinco décadas dedicadas à fé e ao ensino como formador e professor de Filosofia, padre Nivaldo foi o primeiro diretor da Faculdade São Luiz, em 2001. Estima-se que cerca de 500 padres tenham passado por suas aulas.
“É a história da minha vida, dedicada há 50 anos ao povo e à Igreja. A gente se aperfeiçoa como ser humano no contato com as pessoas. Então, sinto que é um grande momento da minha vida porque também é um grande momento na vida de muitas outras pessoas. De modo especial, toda a minha trajetória foi ligada a Brusque. A alegria é a máxima possível”, comemora.
Ele ressalta que foi a Filosofia que o trouxe ao município, primeiramente como estudante, em 1968, e posteriormente como formado, em 1975. “Minha vida é a Filosofia. Eu me sinto como alguém que formou muitos e muitos padres, muitos bispos, além de freiras, pais e mães de família, e a educação ressoa até hoje”, detalha.
Além disso, na época, começava na cidade o movimento de jovens e adultos Emaús. “Havia poucos padres novos, e fui chamado para ajudar, uma ajuda que continua até hoje”, afirma. Padre Nivaldo é reconhecido como figura de destaque na história do movimento em Brusque.
Embora tenha grande destaque local, sua trajetória soma milhares de quilômetros percorridos. No município, lecionou até 1978, quando foi para Roma, na Itália, fazer o mestrado. Em 1981, retornou a Brusque, onde permaneceu até 1986, antes de ir para Guabiruba ser pároco por dois anos. Em 1988, voltou à Casa Padre Dehon, onde foi diretor.
Dali, retornou a Roma para fazer o doutorado.
“Toda a minha formação intelectual e pessoal tinha como objetivo uma caminhada junto ao povo de Brusque. Minha vida foi marcada por momentos, como os períodos que vivi na Itália. Tive três etapas em Roma, com contatos pela Europa, mas nada como no Brasil. A vida lá era uma preparação para voltar e trabalhar aqui”, ressalta.
Em 2012, ao voltar da Itália pela terceira vez, foi designado para a Paróquia São Cristóvão, em Itajaí, onde também conquistou muitos fiéis. O retorno definitivo a Brusque ocorreu em 2017, quando reassumiu o cargo de diretor da Casa Padre Dehon.
Atualmente, o padre Anísio José Schwirkowski é o diretor da casa, mas o padre Nivaldo ainda reside no local. Na cidade, ele continua celebrando missas e é atuante nas comunidades.
Entre papas
Durante sua trajetória, Nivaldo fez mestrado e doutorado na Itália, onde conheceu dois papas. O primeiro foi o Papa Paulo VI, nascido Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini.
Ele também conheceu João Paulo II, nascido Karol Józef Wojtyła, com quem chegou a conversar sobre sua pesquisa de doutorado. “Algo que me marcou muito foram as missas que celebrei com ele. É algo que não consigo expressar com sentimentos meramente humanos”, relata.
Nivaldo recorda um domingo em que celebrava seu aniversário na Basílica de São Pedro. Ele estava em um corredor quando o papa chegou, as luzes se acenderam e as músicas começaram. “Ele passou bem na minha frente e na do Claudionor José Schmitt [in memoriam]. Eu não sabia que isso aconteceria. As luzes se apagaram e eu o vi. Me arrepio até hoje”, comenta.
História
Filho de Pedro Francisco e Josefa Alves de Souza, Nivaldo nasceu em 10 de novembro de 1946, no Sítio Novo, em Campo Formoso (BA). Contudo, ele foi criado no estado de São Paulo.
Desde jovem, demonstrou inclinação para a vida religiosa, ingressando na Escola Apostólica Dehonista, em Lavras (MG), onde iniciou o 1º grau em 1961. Continuou os estudos na Escola Apostólica de Corupá (SC), entre 1962 e 1964, e cursou o 2º grau de 1965 a 1967.
Sua trajetória na congregação começou oficialmente em 29 de outubro de 1967, quando iniciou o postulantado em Corupá. O noviciado ocorreu no Rio Cerro, em Jaraguá do Sul, em 1º de fevereiro de 1968, e, em 2 de fevereiro de 1969, fez sua primeira profissão religiosa.
Os votos perpétuos foram professados em 4 de agosto de 1974, em Taubaté (SP). Ele recebeu a ordenação sacerdotal das mãos de Dom José Antonio do Couto, SCJ, na Catedral de Taubaté, em 8 de dezembro do mesmo ano.
Na educação
Padre Nivaldo sempre se destacou pelo compromisso com a formação acadêmica. Estudou Filosofia no Convento Sagrado Coração de Jesus (SCJ), em Brusque, de 1969 a 1970, e Teologia no Instituto Teológico SCJ, em Taubaté (SP), entre 1971 e 1974. Mais tarde, obteve a licenciatura pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, em São João del-Rei (MG), em 1976.
O interesse pela Filosofia o levou a Roma, onde concluiu o mestrado na Universidade Angelicum, obtendo o título Magna Cum Laude em 10 de fevereiro de 1979. Na mesma instituição, conquistou o doutorado entre 1993 e 1996. “Em 2006, voltei para a Itália para trabalhar na tradução de materiais do francês para o italiano ou português, durante seis anos”, pontua.
Ao longo de sua vida, ele lecionou Filosofia na FEBE (hoje Unifebe) e na Furb, em Blumenau. Atualmente, continua ligado à Faculdade São Luiz, onde foi diretor de 2001 a 2006. “São 50 anos na educação, sem parar. Foi intenso, pois mantive um estilo de vida que não refletia apenas em mim, mas em todos os alunos”, finaliza.
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