Transferência interna em creches dificulta distribuição de vagas

A mudança de bairro e consequente mudança de creche alimenta fila de vagas, diz secretária de Educação

Transferência interna em creches dificulta distribuição de vagas

A mudança de bairro e consequente mudança de creche alimenta fila de vagas, diz secretária de Educação

Além da tradicional lista de pais que esperam pela primeira vaga em creches de Brusque, outro fator também reforça o problema: a transferência interna. São famílias que chegam ao município, instalam-se em determinado bairro, matriculam o filho na creche da região e, após um período, mudam-se para outro bairro. Segundo a secretária de Educação, Gleusa Fischer, os pedidos de transferência são comuns.

“As pessoas conseguem um trabalho em determinado bairro, depois mudam porque encontram um trabalho melhor em outro bairro e querem viver mais perto desse local. Então, elas entendem que a mudança de unidade escolar pode acontecer a qualquer momento. A matrícula pode acontecer a qualquer momento, mas a transferência não. Nem sempre conseguimos fazer essas mudanças em tempo hábil”, diz.

Embora seja um direito da população, a vaga na educação infantil demanda “todo um planejamento interno”, de acordo com Gleusa. Quando uma transferência interna é solicitada, o requerente vai para o final da lista de espera pois a administração municipal precisa atender conforme a ordem de chegada. Entretanto, em alguns casos especiais, a secretária diz que a prefeitura é obrigada a disponibilizar a vaga para o transferido. Quanto ao atendimento prestado às famílias que solicitam transferência mas permanecem no final da fila, Gleusa afirma que a Secretaria de Educação busca conseguir transporte às crianças.

“Nós sabemos que complica para a família que está se mudando, mas temos de seguir a ordem. Há outras pessoas esperando também. Nós precisamos lidar com isso. É uma coisa complexa, mas não conseguimos atender na totalidade. Porque não temos vagas sobrando em nenhuma unidade educacional infantil. Todas estão dentro do seu limite e do que podem oferecer de serviço, seja pelo planejamento da alimentação, do espaço físico, ou do planejamento do pessoal habilitado”, explica.
Interferência educacional

Com a mudança de creche, as crianças precisam se readaptar aos novos colegas e aos novos professores. Porém, de acordo com a especialista em educação infantil e docente da Univali, Maria Fernanda d´Ávila Coelho, isso não é um problema para a maioria: elas conseguem se adaptar facilmente ao novo ambiente.

“A criança sabe criar novos laços se ela se sente segura e percebe que as pessoas ao redor gostam dela. Grande parte tem grande potencial de adaptação. Mas é claro que se são muitas mudanças e transferências constantes de creche em um curto período de tempo, isso pode acabar predicamento o seu desenvolvimento. A creche precisa estar preparada para recebê-la”, assegura.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo