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Transportadoras de Brusque comemoram revogação da obrigatoriedade do uso da cadeirinha

Polêmica determinação do Contran para vans escolares entraria em vigor em 2017

Transportadores que trabalham com escolas em Brusque aprovaram o fim da obrigatoriedade do uso de cadeirinhas em vans escolares com crianças até 7 anos e meio. Após polêmicas, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) revogou a determinação em resolução publicada no dia 1 de dezembro.

Desde quando foi anunciada, ainda em 2015, a obrigatoriedade do bebê conforto no transporte escolar foi alvo de críticas. Houve protestos em vários estados. Em Brusque, os transportadores se posicionaram contra a medida.

O principal motivo é a inviabilidade financeira, segundo as empresas. A proprietária da Nik Tur, Luciane Dutra de Almeida, que faz o transportes de estudantes, diz que nem chegou a adquiriu os equipamentos neste período de transição (a fiscalização começaria somente em 2017).

Luciane diz que colocar as cadeirinhas em todos os assentos da van sairia muito caro, além disso, ela aponta dificuldades técnicas. O cinto de segurança é de dois pontos, mas para segurar a cadeirinhas é necessário o de três pontos.

Paulino Pereira, dono da Heleotur Transportes, afirma que a regra da cadeirinha não faz sentido porque as vans não comportam sistemas de retenção – como são chamadas as cadeirinhas, bebê conforto e assentos elevados.

Outro ponto questionado pelo proprietário da DJ Turismo, Orivam de Souza, é que a cadeirinha gera mais trabalho para o motorista, que tem de levantar para acomodar cada criança nesse sistema.

José Wanderlei Somensi, dono da Twist Tur e integrante da Associação do Transporte Escolar e de Fretamento de Brusque (Asteb), diz que lei da cadeirinha não faz sentido ao obrigar o sistema de retenção até os 7 anos e meio.

No entanto, para ele, é preciso ter algum suporte para as crianças menores, com até quatro anos. Pois elas são mais frágeis e não conseguem se segurar sozinhas.

A Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) faz fiscalização normal do transporte escolar. Como a lei da cadeirinha estava em fase de transição, ainda não existia a obrigatoriedade do sistema. A GTB já foi comunicada da mudança na lei.

Escaldados

Nenhuma das empresas consultadas pela reportagem chegou a comprar cadeirinhas para as vans. Os transportadores já estão acostumados com as idas e vindas do Contran. O órgão foi o responsável por instituir o kit de primeiros socorros, o extintor e, agora, a cadeirinha. Em todos os casos, acabou voltando atrás.

O Contran instituiu a cadeirinha no transporte escolar em julho de 2015. A previsão era de que a fiscalização começaria em fevereiro deste ano, no entanto, depois foi adiada para 1 de janeiro de 2017.

Agora, o Contran revogou de vez a determinação. O órgão alegou que há dificuldades técnicas, econômicas e sociais para a aplicação da medida. Enquanto isso, o transporte escolar segue como é hoje. O uso da cadeirinha segue obrigatório em carros de passeio.