Transtornos psicóticos, depressivos e de ansiedade são as principais demandas nos Caps em Brusque, em 2024
Dados referem-se ao Caps II e ao Caps Infantil, que juntos atenderam mais de mil pessoas de janeiro a setembro
Em 2024, mais de mil pessoas já foram atendidas pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) II e Infantil, em Brusque. Nas unidades, transtornos psicóticos, depressivos, de ansiedade e de humor são as principais demandas até meados de setembro, conforme dados repassados pela coordenadora de Saúde Mental da Prefeitura de Brusque, Inajá Araujo.
A unidade com mais atendimentos é o Caps II, com 800 pessoas atendidas e quase 12,3 mil procedimentos realizados. A unidade registra aumento no número de atendimentos em comparação com 2023, quando, no mesmo período, havia realizado 8.870 procedimentos.
Inajá ressalta que o Caps II é um serviço público de saúde que atende pessoas a partir de 18 anos com intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes.
Segundo ela, o local recebe a maior quantidade de casos complexos do município. “São atendimentos mais intensivos, com programas diurnos e suporte estruturado”, detalha.
As principais demandas do Caps II são casos de transtornos psicóticos, como esquizofrenia e outros transtornos psicóticos, transtornos de humor graves, depressão grave, ansiedade generalizada, tentativas de autoextermínio ou lesão autoprovocada; além de casos de reabilitação psicossocial, com programas focados em reintegração e capacitação para a vida social e laboral de usuários com transtornos mentais graves.
Os mais de 12 mil procedimentos realizados no Caps II incluem:
– Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);
– Atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);
– Atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;
– Visitas domiciliares;
– Atendimento à família;
– Atividades comunitárias com foco na integração do paciente na comunidade e sua inserção familiar e social.
Inajá esclarece que, no Caps II, podem ser encaminhados pacientes com transtornos graves e persistentes, necessitando de acompanhamento contínuo, além de pessoas que foram internadas em hospital por transtornos mentais e devem seguir em acompanhamento ambulatorial. No entanto, não podem ser encaminhados casos leves ou de emergência que exigem internação imediata e cuidados intensivos hospitalares.
Atendimentos no Caps Infantil
Já o Caps Infantil atendeu, no mesmo período, mais de 200 crianças e realizou mais de 4,8 mil procedimentos, segundo os dados municipais. Assim, a unidade também registra aumento no número de atendimentos, sendo que, no mesmo período, em 2023, havia realizado 3.820 procedimentos.
Na unidade, as principais demandas são os casos de transtornos depressivos e de ansiedade, como depressão grave e ansiedade generalizada, transtornos de imagem, transtornos comportamentais e emocionais. São realizados tratamentos de crises agudas, com intervenção em momentos críticos para estabilização do paciente.
Inajá explica que o Caps Infantil atende crianças e adolescentes de até 17 anos, 11 meses e 29 dias, que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes. Os casos também incluem aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas e outras situações clínicas que dificultam o estabelecimento de laços sociais e a realização de projetos de vida.
“O atendimento diário ocorre com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, equipe de enfermagem, entre outros”, detalha Inajá.
Os quase 5 mil procedimentos realizados no ano incluem:
– Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);
– Atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);
– Atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;
– Visitas domiciliares;
– Atendimento à família;
– Atividades comunitárias com foco na integração do paciente na comunidade e sua inserção familiar e social.
Podem ser encaminhadas ao Caps Infantil pessoas com transtornos mentais graves, crises agudas e necessidades de reabilitação psicossocial. No entanto, não são aceitos casos leves ou graves com risco de vida ao paciente ou a terceiros, que exijam internação hospitalar, como crises muito graves que necessitem de suporte intensivo fora do âmbito do Caps.
Aumento em 2024
Inajá ressalta que os casos de transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtornos de humor, têm aumentado tanto em Brusque quanto no mundo, trazendo um cenário preocupante.
“Em 2023, muitos estudos mostraram um crescimento na prevalência desses transtornos, exacerbado por fatores como a pandemia, estresse social e incertezas econômicas”, explica.
Ela destaca pesquisas realizadas recentemente, como o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre saúde mental e seus impactos nas populações, além de estudos de instituições acadêmicas e de saúde pública, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e universidades.
“Os principais indicativos desses estudos apontam que os transtornos mentais continuam sendo uma preocupação de saúde pública, principalmente entre grupos vulneráveis, como jovens e mulheres, que apresentam taxas mais elevadas. Além disso, há um aumento na prevalência. Estima-se que os casos de depressão e ansiedade tenham crescido significativamente desde a pandemia de Covid-19″, continua.
Conforme Inajá, dados anteriores indicavam que cerca de 18% da população catarinense apresentava sintomas de ansiedade e 10% de depressão. Atualmente, estima-se que esses percentuais tenham subido para 19% e 12%, respectivamente. Ela ressalta que essas taxas podem variar conforme a região e o contexto socioeconômico.
“Essas estatísticas refletem um aumento em comparação com anos anteriores, influenciado por fatores como estresse social e incertezas econômicas. As expectativas para 2024 e 2025 são de que mais campanhas de conscientização e o aumento do acesso a serviços de saúde mental ajudem, mas ainda há um longo caminho a percorrer para melhorar o suporte e o tratamento no Brasil”, completa.
Por dentro do serviço
Inajá explica que os Caps, que também incluem o Caps AD, oferecem atendimento clínico em regime de atenção diária à população. As unidades contam com equipes multiprofissionais que reúnem médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais da rede pública.
“Por meio de ações individuais e coletivas, os Caps buscam a reinserção social de seus usuários, pelo acesso ao trabalho, lazer, moradia, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários”, conta.
Como parte do Sistema Único de Saúde (SUS), os Caps são financiados com recursos do Ministério da Saúde. “Diferentemente do que ocorre em instituições psiquiátricas de modelo asilar, como hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas, suas abordagens consideram a singularidade, a história, a cultura e o cotidiano de cada sujeito, para garantir cuidado em liberdade, cidadania, autonomia e inclusão social a seus usuários e familiares”, explica Inajá.
“A pessoa que procura pelo Caps é acolhida e participa da elaboração de um Projeto Terapêutico Singular (PTS), específico para as suas necessidades e demandas – o que pode incluir situações de intenso sofrimento psíquico e crises relacionadas ao consumo prejudicial de álcool e outras drogas”, completa.
O Caps II fica na rua Hercílio Luz, número 257, no Centro. O contato de telefone é 3304-4710. O Caps Infantil fica na rua Doutor Olímpio de Souza Pitanga, nº 20, no Jardim Maluche. O telefone é 2204-2248.
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