Tratamento de emergência contra o HIV é estendido aos postos de saúde de Brusque
Ministério da Saúde permite que pessoas com suspeita de infecção procurem atendimento imediato em mais locais
Ministério da Saúde permite que pessoas com suspeita de infecção procurem atendimento imediato em mais locais
O tratamento preventivo contra o HIV – a profilaxia pós-exposição (PEP) – passará a ser oferecido em todas as unidades de saúde de Brusque, de acordo com o Centro de Vigilância em Saúde. Atualmente, pessoas que foram expostas ao vírus têm o Serviço de Assistência Especializada (SAE) e o Hospital Azambuja para buscar o PEP, mas o novo protocolo pós-exposição de risco para infecção pelo HIV, publicado no Diário Oficial da União no início da semana, determina que o atendimento seja realizado de forma geral no SUS.
O novo protocolo recomenda que a pessoa que teve qualquer suspeita de contato com o vírus HIV procure uma unidade de saúde e inicie o PEP até 72 horas após o fato. Porém, especialistas afirmam que o ideal é começar o tratamento dentro de duas horas. São consideradas pessoas expostas ao risco: profissionais da saúde que tiveram contato com objetos cortantes, vítimas de violência sexual e homens e mulheres que tiveram relação sexual sem proteção.
A enfermeira responsável pelo SAE de Brusque, Elaine Weirich, afirma que o novo protocolo do Ministério da Saúde não afetará a rotina do local, porque estes tipos de atendimentos já são realizados. De acordo com o ministério, desde a década de 1990 profissionais da saúde têm este atendimento assegurado em casos de acidente de trabalho; as vítimas de abuso sexual foram incluídas no protocolo em 1998; em 2011, o tratamento passou a incluir qualquer pessoa exposta ao HIV.
“Já temos esta rotina de atendimentos, só vamos ampliar. Quando acontece um caso à noite e em fins de semana, que o SAE está fechado, esses pacientes são atendidos no Hospital Azambuja. Com o novo protocolo, as unidades de saúde dos bairros e os outros dois hospitais também passaram a oferecer”, explica Elaine. Atualmente, os postos de saúde já oferecem o teste rápido de HIV, mas a medicação (tenofovir, lamivudina, atazanavir e ritonavir) fica no SAE. O Hospital Azambuja também oferece o teste e disponibiliza o PEP.
Segundo Elaine, o número de atendimentos de pessoas que tiveram relação sexual sem proteção não é expressivo, em média, um a cada duas semanas, mas a expansão do tratamento para outras regiões é importante no combate ao HIV, pois muitas pessoas não tomam o PEP por não saberem da sua disponibilidade. “Tomar o PEP reduz bastante o risco, mas tem que respeitar este tempo de 72 horas. Ele é uma prevenção”, explica a enfermeira do SAE. O acompanhamento do PEP também foi reduzido de três para seis meses.