Três homens são indiciados por discriminação contra judeus em Itajaí

Caso foi denunciado após publicação de um vídeo

Três homens são indiciados por discriminação contra judeus em Itajaí

Caso foi denunciado após publicação de um vídeo

Nesta sexta-feira, 15, foi encerrado um inquérito policial e três homens foram indiciados pelo crime de racismo em Itajaí. A ação foi realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina, por intermédio da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC).

Os indiciados são responsáveis por um canal no YouTube, cuja empresa é sediada no município de Itajaí. Os suspeitos foram investigados pela criação e publicação de vídeo que induz à discriminação contra judeus.

Denúncia

A investigação teve início após denúncia feita por entidades israelitas para o Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e de Intolerância (Necrim) do Ministério Público de Santa Catarina. As denúncias feitas, pela Confederação Brasileira de Israelitas (Conib) e Associação Israelita Catarinense (AIC) foram encaminhadas para a Polícia Civil.

Segundo os representantes da CONIB e da AIC, é fundamental alertar que a comparação de situações atuais com os horrores do nazismo e do holocausto, para qualquer finalidade, é extremamente ofensiva e danosa ao povo judeu. O vídeo em questão causou uma comoção na comunidade judaica brasileira, que se sentiu profundamente ofendida e atacada pelas palavras de ódio veiculadas.

O uso de referências ao holocausto e a promoção de algo chamado de “novo holocausto, moderno, repaginado” remete e promove o extermínio atroz e sistemático de pessoas judias, incitando a discriminação, preconceito e violência contra a comunidade judaica.

Investigação

As investigações demonstraram que as analogias feitas no vídeo, por meio de sátira, utilizaram de forma abusiva o exemplo histórico dos judeus como grupo marginalizado, em posição de inferioridade. E traz tom segregacionista nítido no conteúdo.

Longe de apenas relembrar fatos históricos do holocausto, os responsáveis pelo vídeo perpetuam um discurso discriminatório contra judeus. E ainda, os policiais reconheceram abuso ao direito à liberdade de expressão. Isso porque no vídeo o tema é abordado em tom de piada, o que mostra desrespeito e preconceito contra a comunidade judaica.

As falas feitas no vídeo transformam o meio utilizado em espaço fértil para a proliferação de intolerância e discurso de ódio, e não apenas antissemita. Por fim, representou-se ao Juízo pela retirada do vídeo da plataforma.

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