Tribunal do Júri decidirá futuro de homem que espancou outro até morte por furto de bicicleta
Recurso apresentado ao Tribunal de Justiça foi negado na semana passada
O paraguaio Darlei Laureth Alves, foi morto de forma brutal em 12 de maio de 2017, em Guabiruba. Ele havia furtado a bicicleta de um conhecido de Fernando Riceli Belotto, formalmente acusado do crime. Nesse dia, Belotto foi até ele para procurá-la. Na casa de Alves, o colocou no carro e pediu que fosse levado até a bicicleta.
O paraguaio indicou a pessoa que havia comprado o veículo, que foi abordada por Belotto e o amigo, dono da bicicleta. O comprador negou-se a entregá-la sem que lhe fosse ressarcido o valor pago: R$ 100, o que o dono fez, por utilizá-la para ir ao trabalho.
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Belotto, então, retirou-se do local de carro, com Alves no carona. Ali, segundo a Polícia, começaram as agressões. Em um ponto da estrada que fica no limite entre Guabiruba e Gaspar, ele parou o carro e continuou a espancar o homem, que desmaiou.
O corpo foi colocado em um saco de ração para peixe e jogado às margens da via, onde seria encontrado seis dias depois.
Belotto, de 26 anos, foi preso preventivamente em agosto de 2017, após uma operação da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Brusque, que investigou o caso até chegar ao suspeito. À polícia, ele confessou o assassinato.
Um mistério ainda permanece: de acordo com o processo judicial, há evidências de que, após ter deixado o amigo com a bicicleta, Belotto buscou uma terceira pessoa para praticar o crime: indivíduo cuja identidade nunca foi descoberta.
Quase um ano depois, as consequências. Em 19 de julho deste ano, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina rejeitou recurso apresentado por Belotto e determinou que ele vá a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Em dezembro do ano passado, o juiz da Vara Criminal de Brusque, Edemar Leopoldo Schlosser, havia determinado que os jurados decidam o futuro de Belotto. Ele recorreu, mas teve os argumentos rejeitados por votação unânime da Quarta Câmara Criminal do TJ-SC.
O julgamento será por homicídio qualificado. Segundo a sentença, além de ter espancado Alves, Belotto e o comparsa misterioso amarraram-lhe as mãos, os pés e o pescoço, antes de colocá-lo no saco de ração, motivo pelo qual, caso não tivesse morrido pelo espancamento, morreria sufocado.
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A defesa tentou, junto ao TJ-SC, afastar o julgamento por homicídio qualificado, mas os desembargadores rejeitaram os argumentos, e informaram que os jurados é quem devem decidir sobre isso.
Eles consideram que há indícios de que o crime foi cometido por motivo fútil, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Um trecho do depoimento do réu é citado no processo, como justificativa para a avaliação.
“Ali eu fui batendo, aproveitei que não tem casa, não tem nada, e fui batendo, até dizer chega”, disse Belotto, em depoimento à Polícia Civil.
Agora, o caso volta para a Justiça de Brusque, que deverá marcar a data do julgamento. Enquanto isso, o acusado permanece preso preventivamente.