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Trovoada causa alagamentos em casas da Travessa Dom Joaquim durante a madrugada

Pelo menos oito residências foram afetadas pela chuva que caiu nesta quinta-feira

A trovoada da madrugada desta quinta-feira, 20, foi suficiente para alagar pelo menos oito casas da Travessa Dom Joaquim, em Brusque. Quase 20 horas após a chuva, os moradores ainda precisavam atravessar o pátio alagado para entrar em casa e temiam que novas pancadas ampliassem os estragos.

Para evitar que o interior do imóvel fosse afetado, Fabrício Luiz Rubick, 48 anos, precisou colocar comportas nos acessos ao terreno e na porta da casa. Sem as estruturas, estima que até 30 centímetros de água teriam entrado. Em pouco mais de 16 anos que ele mora no local, foi a primeira vez que a situação ocorreu.

Ele acredita que o problema foi gerado por problemas na tubulação que liga a condomínios do bairro.

Além dela estar danificada, as dimensões usadas são insuficientes na avaliação de Rubick. Enquanto os canos usados para as casas do bairro são de 80 centímetros de diâmetro, na ligação, são de 40 centímetros. “A água não escoa mais, ela simplesmente sobe pela boca de lobo e represa para as casas até sair na rua principal”.

Moradores com medo
De acordo o morador, um dos medos dele e dos vizinhos é a ocorrência de novos alagamentos.

Antes do problema, Rubick lembra de uma mobilização dos vizinhos para doação de novos canos para tentar amenizar o problema. Sem acordo com os moradores da área de condomínio, não houve avanços.

Um dos imóveis mais afetados foi o de Laura Ismanioto, 69. Natural de Botuverá, ela mora sozinha desde que o marido faleceu há cinco anos. O acúmulo de água no pátio começou durante a madrugada e a idosa precisou colocar bloqueios nos ralos do banheiro e panos nas portas para evitar que a água se espalhasse pela casa.

O esforço complementava o investimento superior aos R$ 900 em comportas nas três portas da casa. Ainda na tarde desta quinta-feira, ela precisava passar por dentro da água para conseguir acessar a casa. Mesmo com convite de um dos filhos para que ela saísse do imóvel, ela se recusa a abandonar o local onde mora há mais de 30 anos.

Mais intensa
Sentada na varanda, único espaço sem água do pátio, ela ficava com os olhos marejados ao falar da possibilidade de ter que deixar a casa. Laura justificava a permanência com a esperança de conseguir salvar os móveis que mantêm no local.

Os problemas no pátio, lembra, começaram há cerca de cinco anos, mas em uma intensidade menor se comparada com a desta semana. Na época, a água formava poças no pátio, mas não chegava a impedir o caminho até a rua. Desta vez, a água quase atingiu a janela.

Laura afirma estar com medo com a possibilidade de novas chuvas. “Se essa noite enche o dobro, a água vai entrar pela janela”.