tv mulher

E assim se passaram 36 anos. 1980 foi o ano em que a Globo colocou a questão feminina em todas as salas. Foi a ano em que estreou a TV Mulher – e também foi o ano em que estreou Malu Mulher. Dois marcos históricos da televisão, sem um pingo de dúvida. TV Mulher revolucionou as manhãs televisivas. Entre muitas razões, talvez a principal tenha sido apresentar a sexualidade como assunto de conversa aberta, através da então sexóloga Marta Suplicy.

Os tempos são outros? São. Mas há muito o que trazer à mesa, muito o que evoluir. Muito mais do que aquela velha nostalgia confortável, a volta da TV Mulher é extremamente pertinente, hoje.

 

 

Claro que podia ser melhor: o programa está de volta por pouco tempo. Serão só 10 episódios semanais, exibidos no canal Viva às terças-feiras.  Com direito à mesma Marília Gabriela do programa original, porque sem ela não teria a menor graça.

O programa de estreia teve a delicadeza de estabelecer uma simetria emocionante, fazendo uma ponte entre a sua estreia, em 1980, quando Elis Regina foi a primeira entrevistada de Gabi e virou uma espécie de madrinha da TV Mulher. A carta para Elis, que abriu o episódio e a entrevista com Maria Rita, que o encerrou, merecem ser vistos e revistos. Merecem aplausos. Muitos. E podem servir para várias camadas de reflexões.

 

 

A gente pode reclamar que essa retomada de sucessos globais demonstre uma perda evidente de fôlego criativo da emissora. Mas temos que reconhecer que o Viva, o braço nostálgico da Globo, é o lugar perfeito para essa retomada. Pena que corra o risco de virar um delicioso segredo com pouca audiência…